Foto: Márcio Borges
Colégio Municipal Ancyra Gonçalves Pimentel está à frente das atividades
Quem quiser descartar a sobra do óleo de cozinha e contribuir com o meio ambiente, pode doar o óleo doméstico para o Colégio Municipal Ancyra Gonçalves Pimentel. A unidade, que está à frente do projeto "Produzindo Autonomia", recicla o material recebido para fabricar sabão em barra, líquido e pastoso, além de essências e velas decorativas. O interessado em doar o óleo e adquirir os produtos pode comparecer de segunda a sexta, das 7h30 às 20h, na unidade, que funciona na Avenida Amaral Peixoto, 555, Miramar.
Reconhecido na região por destacar a preservação ao ambiente e promover a inclusão, o "Produzindo Autonomia" conta, atualmente, com a participação de 20 estudantes, que se reúnem quinzenalmente no laboratório de ciências para produzir o sabão. A atividade integra estudantes das turmas regulares com as de robótica e também das salas de recursos multifuncionais, que contam com alunos com deficiências múltiplas. Eles usam equipamentos de proteção individual nos processos de execução da receita e limpeza das ferramentas, e também fazem parte das etapas de embalagem, montagem e estocagem dos produtos.
Um dos participantes é Bruno Ribeiro de Almeida Oliveira. O aluno comenta que o projeto transformou sua vida. "Eu fiz novos amigos. Percebi que posso ser útil. Gosto muito do projeto. E, além de tudo, o sabão é muito bom para lavar roupas e louças", conta o estudante do oitavo ano.
O processo de reciclagem une os participantes da Educação Especial. O aluno Alex Yan Silva de Oliveira, de 15 anos, afirma que todas as etapas de produção devem ser feitas com atenção. "O melhor é ver tudo pronto e as pessoas comprando. Muitos elogiam, comentam que gostam. Na minha casa, minha mãe e avó fazem questão de usar os sabões da oficina", atesta.
Meio ambiente
Segundo o diretor da unidade e também professor de Ciências, Éder Peçanha, o projeto, que é gerenciado pelo Núcleo de Inclusão, Tecnologia e Pesquisa (Nintepe), ajudou a mudar o perfil dos estudantes. “Os participantes estão cada vez mais dinâmicos, reflexivos e conscientes do papel no meio ambiente. Outro fator positivo é que nossos alunos estão ampliando os conhecimentos técnicos, habilidades e o vocabulário”, observou.
Andrew Gabriel da Fonseca estuda no nono ano e é um dos participantes mais animados. Também integrante do projeto de robótica, ele faz questão de levar o óleo que sobra em sua casa para a escola.
As produções do projeto são comercializadas na própria escola durante programações como Dia da Família na Escola e reuniões de pais, além de feiras que tratam de sustentabilidade. Cada produto é vendido por uma média de R$ 2 a R$15. A arrecadação das vendas também é revertida na compra de materiais para a própria oficina e participação em passeios e excursões.