Foto: Arquivo
Aos 37 anos, além de vereador, Thales teve carreira política marcada por sua atuação nas Secretarias de Esportes e Cultura
Aqueles que conviveram com o vereador Thales Coutinho (que faleceu na noite desta quarta-feira, 7), sabem muito bem que a saudade daquele jovem de sorriso farto, coração gigante e olhos vivos e sonhadores vai ser uma nova companheira no decorrer da vida. Apaixonado pelo Flamengo (assim como o pai, Eduardo Cardoso - in memorian) e por Macaé (também seguindo o exemplo do pai que marcou a história do município com sua atuação pública), o jovem de 37 anos que era querido por todos que o conheceram, conquistou amigos por onde passou e deixou, como legado, sinceras amizades.
Em seu primeiro mandato como vereador, Thales Coutinho conquistou a admiração da colega de legislativo, também em seu primeiro mandato, Iza Vicente. “Perdi um amigo de verdade e só Deus sabe quanto um amigo de verdade vale ouro no trabalho com política. Ainda tentando entender e pensar como ficará meu dia a dia, nosso gabinete compartilhado, nossas conversas na sessão, todas as ideias, projetos, todos os sonhos. Conheci de perto esse ser humano incrível durante a campanha. Thales sempre me incentivava quando me via na rua. Algo raro em um ambiente cheio de rivalidades. Eu ganhei um parceiro de pautas e causas na Casa. Ganhei um amigo. Não sei como vai ser aquela Câmara sem você. Vai ser muito difícil. Não consigo imaginar a dor da Juliana, da Bernardete, da Thaís e da pequena Sofia. Recebam meu abraço, carinho e solidariedade, que Deus nos ajude. Em homenagem a você vou continuar lutando para que ninguém mais perca alguém querido para uma doença que já tem vacina”, declarou a vereadora.
Atual secretário municipal de Cultura, o amigo Edie Lameu também falou sobre a convivência com Thales, e mesmo abalado com a partida daquele que considerava um irmão, conta que Macaé perdeu um grande nome. "Falar de Thales é falar de vida, alegria, dedicação, amizade e família. Falar de Thales é falar de coisas boas. Já falar de sua partida é sentir o inverso de tudo isso. Eu tive a oportunidade de tê-lo como amigo, irmão, de conviver com ele, de trabalhar e conhecer sua família, isso é o que me apazigua nesse momento. Foi um excelente agente público e mostrava um futuro promissor como gestor, como vereador, e por isso também é tão amado pelas pessoas. A família perdeu um membro excepcional, ímpar e os amigos perderam um grande irmão. Que Deus dê forças a Bernadete, Thais, Juliana e a pequena Sofia para que possam superar um momento tão traumático como esse. Que junto de seu pai, Dr. Eduardo, que partiu dias antes, esteja nas graças de nosso Deus. Amigo você já faz muita falta", lamentou.
Amigo de longa data, a quem chamava de irmão, o fotógrafo Tiago Ferreira, da Câmara Municipal de Macaé, é uma dessas pessoas que sabem o quanto o jovem companheiro flamenguista vai fazer falta. “Conheci o Thales em 2007, quando trabalhamos juntos na Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Macaé. Parecia que já nos conhecíamos desde criança, tamanha a cumplicidade que um tinha para com o outro. E uma coisa que fez nos unir ainda mais: a paixão pelo Flamengo. Perdi mais do que um parceiro fiel de Maracanã, e “loucas viagens” para acompanhar o nosso time, mas sim um amigo que era praticamente um irmão. Vão ficar as brincadeiras, as gargalhadas e a certeza de que ele está em um lugar especial reservado por Deus. O seu jeito cativante de trazer os amigos para perto era único. Deixo meus sinceros sentimentos a sua mãe Bernadete, a irmã Thaís, a esposa Juliana e a pequena Sofia, que completará um ano de vida ainda neste mês. Há exatos 14 anos eu ganhava um irmão aqui neste plano, mas a nossa amizade será eterna. Descanse em paz, meu amigo! Você foi um guerreiro!”, homenageia Tiago.
A jornalista Eny Lamoglia Rios também lembrou os tempos em que trabalhou com Thales, ainda tão jovem, na Secretaria Municipal de Comunicação de Macaé. Ela como revisora e ele como assessor de imprensa. "Ele me chamava carinhosamente como tia Eny. Além de um profissional competente, Thales era uma pessoa maravilhosa, um menino bom, prestativo e alegre. Vivia rindo, nunca o vi aborrecido (nem quando o Flamengo perdia, só ficava um pouco chateado). Infelizmente, sua vida foi interrompida precocemente e Macaé perdeu um político que não pouparia esforços para contribuir ainda mais para seu desenvolvimento. Thales vai deixar saudades, não só aos familiares e amigos, mas também como homem público", lamentou.
O amor pelo Flamengo era uma temática que sempre rendia bons papos com os amigos, muitas fotos e postagens nas redes sociais (que recebiam dezenas de comentários de torcedores de diversos times). O fotógrafo Bruno Campos era um desses que passava horas em uma resenha com Thales. "Eu o conheci quando ele trabalhou na Secretaria de Comunicação. Ele, jornalista, eu fotógrafo. Nas pautas, ele escrevia, eu fotografava. Não sem debatermos sobre os "Fla x Flus" no caminho. Ele, flamenguista, eu tricolor. Depois disso, ainda fui coordenado por ele na Fundação de Esporte. E colaborei inúmeras vezes na Secretaria de Esportes e também na Secretaria de Cultura. Os nossos embates acalorados e amigáveis ficavam mesmo no futebol, porque quando o assunto era Macaé nos entendíamos muito bem. Vi nele além de um amigo, um representante na cidade. Thales não amava apenas Macaé. Thales amava os macaenses. Infelizmente nos deixou cedo um amigo que poderia inclusive mudar os rumos da nossa cidade. Um cara dedicado à sociedade e principalmente à família. Meus sentimentos a todos os familiares e amigos", disse.
O presidente da Câmara Municipal de Macaé, Nilton César Pereira Moreira, o Cesinha (Pros), também lamentou a perda do companheiro. "Falar do Thales é falar do novo futuro, um brilhantismo sem igual, de uma vontade de fazer aquilo que não tenha sido feito. Um ser humano de uma educação sem igual, apaixonado pelo esporte. Ele destilava política em suas veias, enfrentava os desafios de perto, sem ter medo. Uma pessoa que tinha a esperança de ver essa cidade transformada, com uma sociedade mais digna e de oportunidade para todos. Tive oportunidade de viver mais com o pai dele, mas o pouco tempo que estive com Thales, aprendi a gostar muito e a entender que a sua educação convencia qualquer um. Eu o via como um político com um futuro brilhante. Quando discutíamos sobre renovação da Câmara Municipal, olhávamos para o Thales. Ver o sorriso no seu rosto e entender que os desafios são superados com a vontade e com o esforço de cada um de nós. Lembrar do Thales é ver um ser humano com quase 100 por cento de qualidade e quase nenhum defeito", frisou, lembrando que na próxima sessão, na terça-feira haverá uma homenagem para o vereador durante a sessão da Câmara.