O governo municipal investe para fazer de Macaé um Pólo Universitário, em parceria com universidades públicas e privadas e com aplicação de recursos próprios no Ensino Superior. A afirmação foi feita pelo prefeito Riverton Mussi durante abertura do segundo Seminário de Desenvolvimento Regional, realizado no Paço Municipal pela Fundação Educacional de Macaé (Funemac), na noite de terça-feira (29).
- Buscamos criar mecanismos para fomentar alternativas de desenvolvimento para o município, como o investimento na Cidade Universitária. Vamos inaugurar os dois primeiros prédios deste empreendimento dia 06 de julho, quando vamos assinar com a Universidade Federal do Rio de Janeiro a ampliação dos cursos em Macaé. Também estamos pleiteando junto à Universidade Estadual do Norte Fluminense a implantação de um campus avançado com o aumento dos cursos oferecidos pelo Lenep – disse o prefeito, se referindo ao Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo.
O fórum analisou os instrumentos de gestão institucional de ações consorciadas para a construção de modelos e formas de projetos regionais. “Gestões consorciadas apontam tecnologias que podem colaborar em convergir os interesses dos municípios da região que convivem com demandas sociais intensas decorrente à atividade econômica aqui existente”, destacou o presidente da Funemac, Jorge Aziz, citando o arranjo produtivo do petróleo e gás.
De acordo com Aziz, o fórum de debates buscou identificar quais são as demandas de cada segmento representado – poder público, empresas e sociedade civil. “Todos apontam para a mesma direção: a preocupação com o desenvolvimento econômico. Em Macaé, a necessidade do Pólo Universitário é vista como projeto de desenvolvimento regional. Os cursos que pretendemos trazer devem ser como base conceitual o crescimento regional”, pontuou Aziz.
O gerente de comunicação da Unidade de Negócios da Bacia de Campos da Petrobras, Lincoln Weinhardt, destacou que a estatal é comprometida com o desenvolvimento econômico e o crescimento social. “Existe preocupação com a demanda social e a necessidade de gerar integração com políticas públicas integradas”, comentou.
INFRA-ESTRUTURA - Segundo o superintende da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Alfredo Renault, o desenvolvimento econômico da região está ligada ao crescimento da produção da Bacia de Campos nos próximos cinco anos, com perspectiva de aproveitamento do novo eixo de desenvolvimento do Sudeste, Rio-Vitória. “O gargalo da região é a infra-estrutura, que deve passar por projetos em conjunto com os governos estadual e federal”, frisou.
Para o representante da Organização dos Vereadores dos Municípios Produtores de Petróleo (Omvetro), Jorge de Jesus, a entidade que reúne os parlamentares da região tem preocupação com o desenvolvimento dos municípios. “Macaé, por exemplo, era uma cidade pacata até a chegada da Petrobras, que trouxe benefícios, mas também muitos problemas”, analisou.
O seminário de Desenvolvimento Regional contou com a presença do prefeito de Carapebus, Rubem Vicente, representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Associação Comercial e Industrial (Acim), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), UFRJ, além de secretários municipais de Macaé, vereadores integrantes da Omvetro de municípios vizinhos e empresários.
Conferencistas destacam vantagens de consórcios
Após a abertura, a representante do Ministério das Cidades, Solange Dias, ministrou conferência sobre a lei de consórcios públicos promulgada pelo governo federal em 2005, que regulamenta o tipo de associação entre entidades federativas no Brasil. “Os consórcios públicos são uma forma inteligente e eficiente de instrumento de modelo de gestão e podem contribuir para o Norte Fluminense com uma série de vantagens como a economia de escala na compra de bens e a superação de problemas que são de natureza regionais”, ressaltou.
Após a apresentação da lei, o especialista John Wojciechowski proferiu palestra sobre a parceria bilateral entre Brasil e Canadá. “Discutimos a experiência de consorciamento que acontece em cinco regiões metropolitanas do Brasil: Recife, Fortaleza, Belo Horizonte, São Paulo e em Santarém. Os consórcios oferecem um arranjo intermunicipal que possibilitam aos municípios a colaboração de forma mais robusta para captar recursos e por meio de uma visão regional, alavancar uma melhor qualidade de vida para a região”, observou.