Foto: Rui Porto Filho
Workshop ‘Corpo e Palavra’, ‘Eu Negra – O Espetáculo’ e ‘ceia’ integram programação do evento
O projeto '4 Pontas - Arteducalizando por aí', da Escola Municipal de Artes Maria José Guedes (Emart) vinculada à Secretaria de Cultura de Macaé, encerrará sua edição 2024, na próxima quinta-feira (5), das 14h às 16h, no Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (Criaad/Degase), bairro Visconde de Araújo. A programação do evento voltado a jovens de até 17 anos que cumprem medidas socioeducativas conta com o workshop ‘Corpo e Palavra’, de Paulo Emílio Azevedo, e com ‘Eu Negra – O Espetáculo’, de Cláudia Byspo.
O ‘4 Pontas’, supervisionado pela diretora da Emart e atriz, Cláudia Byspo, e pelo coordenador de Teatro da escola, Jardel Maia, foi idealizado pelo Ph.D, Doutor em Ciências Sociais (PUC-RJ) e professor da Emart, Paulo Emílio. A cada edição o projeto reúne quatro agentes: a Escola Municipal de Artes, o professor mediador, a instituição onde é apresentado e a associação cultural privada ‘Articula’. O projeto, lançado em junho, já passou pelo Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) de Niterói; pela Escola de Psicanálise Espetaculum, no Rio, pelo museu Solar do Jambeiro, em Niterói, e pela Spetaculu Escola de Arte e Tecnologia, no Rio.
Uma atividade diferente foi realizada em cada uma das instituições por onde o ‘4 Pontas’ passou. Entre os objetivos do projeto está promover um intercâmbio cultural entre Macaé, a capital do estado e outros grandes centros, contribuindo para a inserção de jovens habilitados pela Emart no mercado de trabalho e promovendo a escola. Alunos do Curso Técnico em Teatro da Emart participarão do evento no Criaad Macaé. Alguns deles poderão estagiar na instituição a partir de 2025, a fim de abrir oportunidades para profissionais de Teatro em uma perspectiva educacional.
“Quando rodamos tudo e voltamos para o nosso lugar, fazemos bem o nosso dever de casa. Há uma arte que precisa ir até as pessoas que muitas vezes não terão este acesso. O ‘4 Pontas’ tem esta visão de caminhar no contrafluxo dos acessos. Damos uma oportunidade para estes jovens aparecerem como protagonistas ou interlocutores do processo cultural para eles se olharem com a possibilidade de superação”, enfatiza Paulo Emílio.
O professor conta que ao final da programação formativa e cultural haverá um lanche especial em uma mesa montada na quadra onde o evento será realizado para os jovens do Criaad e alunos da Emart. Sobre o ‘Eu Negra’, ele completa: “Nós temos um mês (novembro) para dar mais visibilidade à cultura negra, mas ela está imbricada em cada dia e em cada lugar. A gente é parte disso”.
‘Eu Negra – O Espetáculo’
‘Eu Negra – O Espetáculo’ apresenta dez personagens negras que deflagram histórias com a proposta de manter um diálogo franco e provocador com a plateia. A apresentação recebe apoio cultural da Secretaria de Cultura de Macaé e da Federação de Teatro Associativo do Estado do Rio de Janeiro (Fetaerj); o projeto artístico é do Grupo Cria Expressões Humanas e tem composições musicais e preparação vocal de Jardel Maia e voz cantada de Josie Schuenck. Para a criadora, diretora e atriz do espetáculo, Cláudia Byspo, o trabalho é: “um mergulho no corpo preto como acontecimento; na pele, como morada; na ancestralidade, como existência; no território externo e interno do pertencimento. Tudo envolto numa saia, como a roda do tempo, e na voz feminina, ecoando a resistência secular; desvelando a invisibilidade; promovendo as ‘eu negras’ como arte”.