Além de ser um espaço de memória e cultura, o museu tem um papel de projeção para o futuro. O Solar dos Mellos - Museu da Cidade de Macaé - vinculado à Secretaria de Cultura, celebra a 20ª edição da Semana Nacional dos Museus. Nesta quinta-feira (19), a programação contou com a palestra "O poder dos museus", com os historiadores convidados Ana Lúcia Nunes Penha e Meynardo Rocha de Carvalho.
Na abertura do evento, as mais de 70 pessoas presentes puderam prestigiar os clássicos da Música Popular Brasileira, que foram interpretados por músicos consagrados da EscolaMunicipal de Arte Maria José Guedes (Emart).
As visitas mediadas para alunos da rede municipal nesta comemoração terminam nesta sexta-feira (20). O telefone para agendamento é o (22) 2759-5049. A diretora do Solar dos Mellos, Patrícia Barboza, destacou a importância de uma palestra sobre a importância dos museus e o seu poder de sensibilizar as pessoas.
"Os Doutores em História não poderiam faltar, ambos pesquisadores e com trabalhos acadêmicos publicados, frutos da pesquisa do acervo do Solar. É mais uma vez uma página do “poder dos museus”, junto à sociedade. É gratificante ver o interesse dos alunos nesse tema, afinal eles são os que vão conduzir o futuro", conclui Patrícia.
De acordo com o doutor em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), o palestrante Meynardo Rocha de Carvalho, o tema "O poder dos museus” permite refletir sobre a trajetória histórica destas instituições com ênfase no necessário reposicionamento dos museus frente à sociedade contemporânea e seus desafios.
"Macaé é uma sociedade muito múltipla, formada por pessoas de diversas partes do Brasil e do mundo. Hoje, o museu precisa das pessoas para que ele se constitua e se desenvolva como instituição, diferente dos museus clássicos. Em Macaé, mediante a essa diversidade, o museu pode desempenhar um papel de agregar, incluir e potencializar. Não é só a cultura em um sentido mais restrito, mas sim a compreensão da vida e trajetórias.
A palestrante Ana Lúcia Nunes Penha ressaltou a importância da aproximação da sociedade ao museu. Sua tese de Doutorado, “Nas margens do Canal: política e poder na construção do canal Campos Macaé", foi premiada em 2013, no Concurso de Monografia do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro APERJ e publicada pela instituição em 2015.
Segundo Ana Lúcia, além de ser um espaço de memória e de cultura, o museu é, hoje, um espaço de fomento à pesquisa e de educação patrimonial. Não se restringe a um lugar para exposições ou guarda de peças de referências do passado, ele tem um papel de projeção para o futuro e é mais interativo.
A aluna do segundo ano de história do Instituto Federal Fluminense (IFF), Paula Camille (19), concluiu: "Macaé tem vida além do petróleo.
Macaé tem história, lendas e mitos. Conta a lenda, por exemplo, que a Imagem de Sant´Anna foi encontrada por pescadores, numa das Ilhas do Arquipélago que lhe dá o nome (Ilha de Sant´Anna). A igreja recebe fiéis até hoje, o que envolve o direcionamento sociocultural de muita gente", destacou Paula.
O Solar dos Mellos funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, na Rua Conde de Araruama, 248, no Centro da cidade.