RIO – Ações como a criação de um fundo de desenvolvimento que capte recursos do repasse dos royalties para investimentos econômicos fora da indústria do petróleo, além da criação do governo eletrônico e a diversificação da economia foram propostas apresentadas na tarde desta quarta-feira, pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), durante o lançamento do Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, no Teatro Municipal.
Essas três ações já estão sendo implantadas em Macaé, o que, na avaliação do prefeito Riverton Mussi – que participou do evento – mostram que a administração municipal está no caminho certo.
- O lançamento do Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro é importante para ser usado em ações estratégicas de crescimento de todas as regiões do estado. Em Macaé, já demos andamento ao programa do Fundo dos Royalties. Vamos enviar para votação na Câmara este projeto, com o objetivo de guardar parte da verba dos royalties do petróleo para ser usado pelo município no futuro, quando acabar o repasse desta compensação financeira, ou em caso de extrema emergência estipulado pela prefeitura, com aprovação da Câmara – detalhou o prefeito.
A Firjan apresentou no lançamento do mapa projeto semelhante que prevê a criação do Fundo de Desenvolvimento Sustentável das Regiões Produtoras de Petróleo, que também captaria parte dos recursos advindo dos royalties do petróleo para financiar investimentos.
O prefeito destacou outra ação já iniciada em Macaé que a Firjan incluiu no Mapa de Desenvolvimento. ”Estamos criando mecanismos para dar sustentabilidade à economia macaense fora da cadeia produtiva do petróleo, para isso, estamos implantando o Pólo Industrial, construindo o Complexo Universitário e fortalecendo o setor de comércio, serviços e de turismo”, pontuou Riverton, ressaltando que o Pólo Industrial visa criar meios para o crescimento do município, de forma a atender tanto a industria petrolífera, a base atual da economia da cidade, quanto outras indústrias, que vão impulsionar a economia quando o petróleo acabar.
A diversificação da economia - abordada pelo diretor operacional da Firjan, Augusto Franco - durante a apresentação das soluções para o desenvolvimento do estado está em andamento em Macaé, segundo o prefeito. A implantação do governo eletrônico, coordenada pela Secretaria de Ciência e Tecnologia, foi outro ponto abordado pela Firjan que no caso de Macaé, já está adiantada.
- O Governo Eletrônico é uma ferramenta importante para o aumento do desempenho da administração pública, que vai beneficiar a população com a implantação do sistema pela transparência da administração, pelo acesso aos projetos de governo e pela participação. Além disso, o Governo Eletrônico propicia acesso à informação – afirmou o prefeito.
Mapa destaca ações econômicas para elevar qualidade de vida
O secretário de Indústria e Comércio de Macaé, Alexandre Gurgel, disse que o Mapa vai ajudar a envolver os municípios, empresários e a sociedade fluminense nos temas relevantes para a promoção do resgate sócio político do estado. “A partir do mapa, surgirão ações que vão promover a inclusão social em todos os setores, promovendo qualidade de vida, segurança e infra-estrutura”, comentou o secretário.
Já o secretário de Comunicação Social, Romulo Campos, destacou que é extremamente alentador que, no momento em que o país vive uma de suas maiores crises éticas da política, instituições como a Firjan se proponham a desenhar um mapa deste porte. “Se o Brasil tivesse mais cinco ou seis instituições que seguissem esta iniciativa, seríamos um país bem melhor”, comentou.
De acordo com o secretário de Fazenda, Cassius Ferraz Tavares, o lançamento do Mapa de desenvolvimento vai propiciar aos municípios ações de crescimento econômico. “É preciso ser pensada uma legislação estadual e necessário que as cidades aproveitem sua vocação natural para criar oportunidades e atividades de sustentabilidade”, disparou.
O presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, comentou que o Mapa de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro é um instrumento que exige de toda a sociedade um trabalho árduo para que as idéias se transformem em resultados. O Mapa traça metas de desenvolvimento sustentável até 2015. A principal delas é fazer o estado do Rio ser o segundo no ranking econômico do país. Hoje, o estado ocupa a sexta posição. Ao todo, são 119 propostas para desenvolver o estado, que serão acompanhadas de perto pela Firjan e pela sociedade com ações como a fiscalização periódica das atividades dos governantes e parlamentares.
O diretor operacional da Firjan, Augusto Franco, abordou em sua apresentação, ao lado da jornalista Márcia Peltier, ações propostas para fortalecer a cadeia produtiva de petróleo e gás. “O petróleo é responsável por 53,6% do avanço das exportações do Estado do Rio de Janeiro e é o carro-chefe da economia do estado”, informou. Segundo o Mapa, se o estado do Rio fosse um país, seria o nono maior da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), devido à produção no setor.
Iniciativas de turismo, educação, saúde, segurança, infra-estrutura, logística, desenvolvimento do interior, arranjo produtivo local foram abordadas na apresentação. Mais de mil empresários do Estado participaram da elaboração do Mapa, entre outros técnicos e especialistas. “O objetivo maior é levar o crescimento econômico do Rio, com elevação da qualidade de vida”, disse Franco.
Em vídeo, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse que a Petrobras atua em três linhas no Estado do Rio: produção, geração de emprego e na questão tributária, com o pagamento de ICMS e o repasse dos royalties. Ele anunciou novos investimentos para o Estado. “Vamos aumentar a produção na Bacia de Campos, o que vai envolver um volume de dinheiro que vai impactar a economia fluminense, ampliar o trabalho nas refinarias e a quantidade de gasodutos e oleodutos e construir o complexo petroquímico”, afirmou.