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Agricultura inicia vacinação contra febre aftosa e raiva

01/09/2005 14:49:31 - Jornalista: Alexandre Bordalo

A Fundação Agropecuária, de Abastecimento e Pesca de Macaé (Agrape) participa da segunda etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa. O lançamento da campanha em Macaé acontece na fazenda Ilha da Saudade, na BR 101, Km 159, ao lado da Termoelétrica, às 9h, nesta sexta-feira, dia 02. O prefeito Riverton Mussi estará presente ao evento.

A campanha está sendo realizada em todo o país e termina no próximo dia 30. Em Macaé, além da vacina contra a aftosa, também será feita a vacinação contra a raiva. Segundo o presidente da Fundação Agropecuária de Abastecimento e Pesca de Macaé, Chico Machado, a campanha, que ocorre duas vezes por ano (março e setembro), vai beneficiar pequenos produtores rurais, que possuem cerca de 50 cabeças de gado leiteiro e de corte. Para eles, a prefeitura vai fornecer a vacina gratuitamente.

Estes produtores são de todo o município de Macaé, especialmente da região serrana, Bicuda, Areia Branca, Serro Frio, Imburo e outras localidades. “Temos uma equipe formada por 20 vacinadores, orientados por veterinários da Agrape, que percorrem estes lugares para aplicar a vacina”, conclui Chico Machado.

Febre aftosa: vacinação é única forma de erradicar a doença

A febre aftosa é causada por sete tipos diferentes de vírus altamente contagiosos e pode dizimar criações inteiras. Um dos menores vírus encontrados na natureza, o aftovírus, permanece ativo na medula óssea do animal, mesmo depois de morto. Raramente atinge o homem, que tem defesas contra o vírus. A doença causa febre alta, muita salivação e vesículas nos lábios, gengiva, língua, mamas e patas, sintomas que podem durar 10 dias. A doença impossibilita os animais de pastar, causando perda de peso e diminuição da produção de leite.

O vírus se espalha através do contato entre os animais, além da contaminação do solo e da água. O vento pode transportar o vírus até 90 quilômetros. O rebanho contaminado não afeta a saúde do homem, mas atinge o bolso do criador e provoca desastres econômicos: o gado contaminado emagrece, produz menos leite e o animal fica proibido de ir para o abate. Animais não vacinados podem até morrer.
A febre é uma barreira sanitária à exportação da carne brasileira para mercados como Estados Unidos e União Européia, que têm regras rígidas quanto à qualidade dos produtos comprados. No momento encontram-se livres da doença a América Central e do Norte, a Europa Ocidental, Japão, Nova Zelândia, Austrália, Argentina, Uruguai e Chile.

A doença reduz o lucro dos fazendeiros e a disponibilidade de carne para o consumo. À nível nacional, a febre aftosa reduz o crescimento econômico da pecuária e limita o acesso ao mercado internacional. A erradicação da febre aftosa à nível mundial é difícil porque nem todos os países tem condições financeiras para isso ou não dependem muito da pecuária. O controle da febre aftosa é extremamente importante nas Américas devido à alta produção bovina e suína para o abastecimento mundial.