logo

Aluna do Frade rouba a cena do Café Literário

06/10/2006 17:44:28 - Jornalista: Simone Noronha

Aluna da quinta série da Escola Municipal Ivete Santana de Aguiar, no distrito do Frade, Carla Marinho Xavier, 12 anos, roubou a cena na tarde desta sexta-feira no Café Literário, durante a primeira Bienal do Livro de Macaé. Ela emocionou o público que participava do evento ao declamar a sua poesia “O mundo dentro da represa do Frade”, que vai representar os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo na final nacional da terceira edição do concurso “Escrevendo o Futuro”, promovido pela Fundação Itaú Social.

Com voz tímida, mas firme, Carla recebeu os aplausos emocionados dos colegas de escola e dos palestrantes do Café Literário – o secretário de Acervo e Patrimônio, Ricardo Meireles, a presidente da Fundação Macaé de Cultura, Ivana Mussi, a historiadora Conceição Franco, a jornalista e escritora Adriana Bacellar, e o professor Elias Rocha Gonçalves, que falaram sobre a produção literária de Macaé. “Fiquei muito feliz. Não esperava chegar à final do concurso”, disse a menina, que mora com o pai e dois irmãos em frente à represa do Frade, tema de sua poesia.

Carla concorreu com trabalhos de outros 12 alunos dos dois estados. Como prêmio por ter vencido esta etapa do concurso, a menina ganhou um computador. A cerimônia de entrega aconteceu na última quarta-feira, na Academia Brasileira de Letras. Se vencer a etapa final, no dia quatro de dezembro, em São Paulo, ela vai garantir seu futuro: serão R$ 30 mil em bolsas de estudo pagas pela Fundação Itaú. “Ela sempre foi uma excelente aluna. Desde pequena, adora ler e escrever”, conta a professora de Carla, Maria Luíza Alves da Silva, que ajudou a menina para o concurso.

Para trabalhar com os alunos o tema Poesia, Maria Luiza promoveu em sala de aula dez oficinas sobre o tema do concurso, “O lugar onde eu moro”. A professora lembra, que, como as belezas do Frade são muitas, ela sugeriu aos alunos que falassem sobre uma característica especial do distrito. “Carla não poderia escolher um tema melhor. Ela cresceu vendo a represa, e mostrou em seus versos todo amor que tem pela sua terra”, comentou a professora.