Foto: Divulgação
Alunos farão viagem à África
Depois da viagem até o Museu do Negro, em São Paulo, com total apoio da Secretaria de Educação, os alunos do curso de pós-graduação em Afrocartografias e a coordenadora do curso, Sônia Santos, anunciam que viajarão, em janeiro de 2011, para a África para complementação dos estudos.
Depois de quase dois anos de aulas aos sábados, na Cidade Universitária, e prestes a entregar a sua monografia de conclusão de curso, o grupo de 40 alunos sairá do Brasil, no dia 15 de janeiro de 2011, rumo a Cabo Verde, onde ficará durante uma semana, depois passará mais sete dias no Senegal, tudo com o apoio das embaixadas destes países. Cada aluno deverá desembolsar em torno de R$ 4 mil para a viagem, incluindo passagens, acomo dação e alimentação.
Os alunos ainda contarão com um guia, indicado pela professora Fernanda Felisberto. O grupo ainda busca o apoio de empresas da região para baratear ainda mais o custo da viagem. “Estamos quase no final da maratona intelectual cuja viagem nos proporcionou muitas alegrias, agora vamos realizar outra viagem através do atlântico para conhecer este continente maravilhoso que estivemos estudando durante quase dois anos”, informa Sônia que é doutora em literatura africana e se confessa surpreendida com o nível de dedicação dos alunos.
- Eles tiveram aulas praticamente todos os sábados e o nível de frequência se manteve forte. Acho que é uma turma que vai cumprir muito bem o papel de disseminadores do que determina a lei nº 10 639 que obriga o ensino da cultura indígena e africana nas escolas”, completa.
A secretária municipal de Educação e vice-prefeita, Marilena Garcia, que enquanto vereadora foi autora do projeto de criação da Semana Municipal da Consciência Negra, incentiva todas as ações que visam a implementação de políticas públicas em prol da igualdade racial. “O curso de Afrocartografias já é considerado um sucesso e uma das principais ações para implementação da Lei 10.639, que inclui no currículo oficial a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena". O projeto contempla professores da rede pública de Macaé e região circunvizinha. Em outubro do ano passado, o grupo foi até o Museu do Negro, em São Paulo. A viagem de ônibus foi gratuita com o apoio da Secretaria d e Educação. Os alunos saíram de Macaé por volta da 23h da sexta-feira, dia 30 de outubro e chegaram a São Paulo na manhã do sábado, 31. Além do Museu do Negro localizado no Parque Ibirapuera, os alunos também tiveram a oportunidade de visitar o Museu da Língua Portuguesa e a Pinacoteca”.
O curso, que está em sua terceira edição, foi dividido em vários blocos englobando diversos aspectos da cultura africana e indígena, como a religião, o esporte, a literatura, a história e a escravidão. Temas polêmicos como as cotas nas universidades e a discriminação religiosa no país foram constantemente debatidos não apenas em salas de aula, mas em palestras e encontros. Além de professores da rede municipal de Macaé, o curso também recebeu alunos de outros municípios da região, como Campos e Rio das Ostras.
Foi o caso da professora, Elisângela Gomes, que vinha de Cabo Frio todos os finais de semana para poder assistir as aulas. “Como me interesso mais pela parte acadêmica, o curso ajudou muito na minha vida profissional, porque os professores eram qualificados. Essa viagem até a África vai ser importantíssima para projetos futuros como mestrado e doutorado, além de ser determinante para podermos vivenciar na prática um pouco do que aprendemos na teoria”, explica, destacando que outro fator importante é conhecer o continente e vivenciar como é a sociedade africana hoje. “Se estamos lutando contra um preconceito, nada melhor do que ir lá e conhecer, saber do que estamos falando. Isso é fundamental”, ressalta.