A aplicação do teatro do Oprimido em Macaé já é uma realidade, principalmente no Programa de Saúde Mental, da Secretaria Municipal de Saúde. Desta vez é a Associação de Parentes, Amigos e Usuários da Saúde Mental de Macaé (Aspas), quem está promovendo as oficinas na segunda-feira (30/08), e nos dias 14 e 21 de setembro (terças-feiras) e 04 de outubro (segunda-feira).
Sempre das 17h30m às 19h, as oficinas acontecerão no auditório da Faculdade de Filosofia de Macaé (Fafima), e têm o objetivo de difundir, além de manter um grupo de pesquisa sobre a metodologia do teatro do oprimido, como ressalta a terapeuta ocupacional do Caps Infantil, Sueli Benanti:
- Como o curso, também pretendemos formar um grupo popular de teatro do oprimido da Aspas. Não há exigência para participação e as inscrições são gratuitas. É só chegar no primeiro dia do curso lá no auditório da Fafima, esclarece
A partir de técnicas idealizadas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, o Teatro do Oprimido oferece a oportunidade, por meio da expressão artística, para que as pessoas exponham seus conflitos e suas angústias.
De acordo com a equipe técnica que ministrará a oficina, a parceria estabelecida há mais de cinco anos entre o Ministério da Saúde e o Centro de Teatro do Oprimido para capacitação de profissionais da saúde mental do Sistema Único de Saúde (SUS) nas técnicas do Teatro do Oprimido, com objetivos terapêuticos, vem propiciando uma relação mais humana entre portadores do sofrimento psíquico, seus familiares e os profissionais do sistema público de saúde.
"O teatro do oprimido é um método teatral que reúne exercício, jogos e técnicas teatrais, elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, que visa à transformação de realidades opressivas, através de meios estéticos e a partir do diálogo entre os oprimidos", informa é a colaboradora da Aspas, a psicóloga Regina Célia Nunes.
Segundo o coordenador técnico do Centro de Atenção Psicossocial Betinho (Caps), Julio Cesar da Silva, as oficinas também pretendem sensibilizar profissionais da área de saúde na utilização da metodologia do Teatro do Oprimido como forma de abordagem e tratamento, visando seu engajamento no programa Teatro do Oprimido.
Para o secretário de Saúde, Eduardo Cardoso, o Teatro do Oprimido oferece a possibilidade de mudar a realidade em que as pessoas vivem. “É um projeto bonito, é uma forma de se expressar. A proposta é trabalhar o paciente integrando-o na sociedade, aumentando sua cidadania. Disposição, persistência e outros fatores profissionais apostam no projeto, na articulação com as escolas e com os idosos. A secretaria de Saúde acredita nessa ferramenta”.
Saúde Mental – A rede municipal de Saúde de Macaé conta com diversos dispositivos na área de assistência terapêutica em saúde mental. Os centros de atenção psicossocial compõem esta rede que consiste no atendimento ambulatorial de atenção diária ampliada, que envolve todos os aspectos do indivíduo, que tem como princípio a sua inserção na sociedade.
Saiba mais sobre o Teatro do Oprimido
“Ser cidadão não é viver em sociedade, é transformá-la”; com esta frase emblemática do teatrólogo brasileiro Augusto Boal, idealizador do Teatro do Oprimido, o método segue atraindo cada vez mais adeptos com um método que reúne exercícios, jogos e técnicas, cujos principais objetivos são a democratização dos meios de produção teatrais, o acesso das camadas sociais menos favorecidas e a transformação da realidade através do diálogo e do teatro. Ao mesmo tempo, traz toda uma nova técnica para a preparação do ator, com grande repercussão mundial.
A origem do TO remete ao Brasil das décadas de 60 e 70, mas o termo é citado textualmente pela primeira vez na obra Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. Este livro reúne uma série de artigos publicados por Boal, entre 1962 e 1973, e pela primeira vez sistematiza o corpo de idéias do teatrólogo. O Teatro do Oprimido é uma prática de arte politizadora que abre espaço para a manifestação expressiva dos participantes, pois tendo como uma de suas prioridades a não priorização em formar atores profissionais, mas, sim, protagonistas sociais, cidadãos conscientes de direitos e deveres, da sua dignidade e com autoestima elevada e fortalecida.
O que é a Aspas
A Associação de Parentes, Amigos e Usuários da Saúde Mental de Macaé (Aspas) é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, com personalidade jurídica, considerada de utilidade pública, criada em 27 de janeiro de 2006. A Associação tem o objetivo de realizar a inclusão social de pessoas portadoras de transtorno mental e de seus familiares por meio de atividades sociais, culturais e de geração de trabalho e renda.
O surgimento da Aspas deve-se a articulação de profissionais da área com familiares e usuários da saúde mental de Macaé, como forma de apoio a essas pessoas. A Associação oferece oficinas para os usuários, como forma de inclusão social e geração de trabalho e renda.