A Fundação Educacional de Macaé (Funemac) promove palestra do jornalista, professor universitário e mestre em Comunicação e Cultura, Gerson Dudus. Ele falará para universitários, estudantes do ensino médio e cidadãos macaenses sobre o tema: “O Amor na Contemporaneidade – Uma Análise das Relações no Terceiro Milênio”. O evento acontece nesta terça-feira (10), às 18h30, no Auditório da Fundação.
O encontro refere-se ao II Laboratório de Subjetividade e Desenvolvimento Humano da Funemac. A estimativa é que 100 pessoas participem do acontecimento. Segundo Gerson Dudus, todos acreditam ou não no amor. “Vamos tentar entender o que significa o amor em termos técnicos e objetivos, sem deixar-nos envolver pela frieza”, explica. Ele diz que não se pode falar sobre amor, mesmo tentando conceituá-lo empiricamente, sem calor. É que a ética e a moralidade vêm à tona na discussão.
- Sempre que falamos sobre amor, de maneira direta dizemos o que ele é e o que não é, não havendo neutralidade sobre o assunto. Todos têm concepção sobre como se deve amar e como não se deve amar – conta. Dudus mostra que dois grupos tentam explicar o sentimento: os realistas e os idealistas. Para os realistas o amor romântico (conceito válido atualmente) não é tão bom assim, pois pode levar as pessoas à infelicidade, não sendo 100 por cento positivo. Já os idealistas tentam falar sobre o amor, como se todos precisassem passar por esta experiência, que para eles é sempre positiva.
- O amor romântico tem origem na Grécia antiga e pode ser comparado a duas metades que se completam, acentua, acrescentando que o amor é uma criação cultural, envolvendo conceitos históricos, políticos, sociais e econômicos, além de outros aspectos.
Estudando o sentimento, Dudus diz que no século XII (Idade Média) havia predomínio do amor cortês, que por sua vez, leva ao amor romântico. “No amor cortês há revalorização da mulher, quando a dama se tornou objeto de amor central, como anteriormente se amava a Deus. Foi nesta época que surgiu o culto a Maria na Igreja Católica”.
Como exemplo dos materiais que serviram de base para o II Laboratório, Dudus citou o livro “Sem Fraude, Nem Favor – Estudos Sobre o Amor Romântico”, escrito pelo psicanalista Jurandir Freire Costa, Editora Rocco. “Os textos de Jurandir são fundamentais para entendermos a cultura contemporânea”, elucida o jornalista.
Também compõe inspirações para a palestra livro de 800 páginas, em cinco volumes, escrito pelos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari, onde há pensamentos sobre subjetividade e desejo, além de conceitos de poder e potência. A editora é a Trinta e Quatro e o livro chama-se Mil Platôs. Na FeMASS, Gerson Dudus ensina Antropologia das Organizações.
A sede da Funemac fica na Rua Teixeira de Gouveia, 634/640, no centro da cidade.