A abertura do ano letivo da Rede de Ensino de Macaé, nesta terça-feira (4), teve como convidada a doutora e mestre em Psicanálise e Educação, Marta Relvas. Sua explanação foi a primeira do ciclo de palestras, que irá até sexta-feira (7), na Cidade Universitária de Macaé. O ciclo alcançará um público de 1.440 professores regentes e orientadores; coordenadores e orientadores pedagógicos das escolas, entre outros profissionais da Educação Básica da rede municipal. A proposta da Secretaria de Educação é oferecer oportunidades de reflexão sobre as práticas pedagógicas.
“Que todos tenhamos um ano letivo de muita realização e trabalho. Agradeço a presença da professora Marta Relvas. Que saiamos daqui mais fortalecidos no nosso propósito de ensinar. Hoje entregamos mais uma escola, a Escola Professora Maria de Maris Sarmento Torres, e abrimos o ano letivo com mais quatro escolas de Tempo Integral: Escola Municipal Prof. Antônio Alvarez Parada, na Imbetiba; Colégio Estadual Municipalizado Ana Maria Bacelar Leite e Santos, em Imboassica; Escola M. Aterrado do Imburo e a Escola Estadual Municipalizada de Educação Infantil Anna Benedicta da Silva Santos, no Centro, porque nós entendemos que este é o caminho”, disse o secretário de Educação, Roberio Dias. A Escola Professora Maria de Maris está localizada em Itaparica, ao lado do Condomínio Brisa do Vale. Ela atende alunos da Educação Infantil e de Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
A pesquisadora na área de Neurociência Aplicada à Aprendizagem Cognitiva e Emocional no Desenvolvimento Humano, Marta Relvas, desenvolveu o tema ‘Fundamentos da Neurociência e a Complexidade Cerebral na sala de aula – Despertando potencialidades, inteligências e afetividade’. Salientando que falar de cérebro na escola é algo muito novo, a especialista apresentou a anatomia cerebral aos educadores e estudos sobre ela.
“Na proposta da realização pedagógica, estamos falando sempre de teóricos. Agora trazemos uma ciência para mostrar que, efetivamente, o aprendizado acontece no cérebro (...) Eu trago o estudo do cérebro na escola. É por meio dele que se aprende (...) Além da socialização, a função da escola é promover o pensamento crítico. Não adianta o aluno receber uma informação e não ser contextualizada, o aluno não entender o ‘para quê’”, reforçou a palestrante. Segundo a doutora, a neurociência, uma ciência experimental, confirmaria as principais teorias da educação. Ela frisa que o principal objetivo da educação é o desenvolvimento do estudante.
O Centro de Formação Carolina Garcia e a Gerência de Ensino da Semed foram os organizadores do ciclo de palestras. Durante a semana, serão abordados os temas: ‘O papel da Cultura Indígena na formação da sociedade brasileira’, por Daniel Munduruku; ‘Formação docente para a escola contemporânea’, por Eugênio Cunha, e ‘Educação raça: perspectivas políticas, pedagógicas e estéticas’, por Nilma Lino Gomes.
Programação
Quarta-feira (5) - O pós-doutor em Linguística e integrante do programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo (USP), Daniel Munduruku, apresentará a palestra ‘O papel da Cultura Indígena na formação da sociedade brasileira’. O Doutor em Educação pela USP é autor de 62 livros, professor, ator e ativista indígena brasileiro originário do povo Munduruku. Suas obras literárias são sobretudo dirigidas aos públicos infantil e juvenil, tendo como tema principal a diversidade cultural indígena. Seu livro Meu avô Apolinário foi escolhido pela Unesco para receber Menção Honrosa no Prêmio Literatura para crianças e jovens na questão da tolerância.
Quinta-feira (6) - O doutor em Educação, Eugênio Cunha, autor dos livros: ‘Afeto e aprendizagem’, ‘Autismo e inclusão’, ‘Afetividade na prática pedagógica’, ‘Práticas pedagógicas para inclusão e diversidade’, ‘Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar’ e ‘Educação na família e na escola’ desenvolverá o tema ‘Formação docente para a escola contemporânea’.
Sexta-feira (7) - A palestra ‘Educação raça: perspectivas políticas, pedagógicas e estéticas’ fechará o ciclo. Ela será ministrada pela doutora em Antropologia social pela USP, Nilma Lino Gomes. Em 2013, a pesquisadora foi nomeada reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), tendo sido a primeira mulher negra do Brasil a comandar uma universidade pública federal. Em 2015, foi ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.