Termina nesta quinta-feira (19), o curso Educomunicação - Múltiplas linguagens no diálogo com a cultura afro-brasileira no espaço da escola, com a Mestre em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Sandra Almada. A professora universitária e jornalista, Sandra Almada, é uma das fundadoras da Central Única das Favelas (CUFA), assim como o rapper MV Bill. Ela e o ator Lázaro Ramos apresentam o programa “Espelho”, do Canal Brasil.
Para uma turma formada por estudantes, profissionais da área de Educação e de Comunicação, Sandra apresentou alguns aspectos sobre a abrangência da mídia no Brasil.
- Três quartos da população tem a possibilidade de se informar apenas pelos telejornais. Esse sistema de mídias impõe sua visão de mundo às pessoas sedutoramente e sorrateiramente. Estamos aqui preocupados com a relação entre mídia e educação. A televisão é uma adversária de peso, ressaltou a professora..
Sandra Almada observou que, através de pressões da sociedade civil, os afrodescendentes estão começando a ocupar seus espaços na mídia, mas que não se pode deixar de estar atentos às transmissões de valores e de códigos éticos e estéticos impostos pelos meios de comunicação.
Para a estudante do curso de Normal Superior, Claudinéia Torres, por meio da educação é possível provocar a reflexão sobre os conteúdos das mensagens transmitidas pela TV, por isso ela considera o curso importante para a formação do professor. Já o publicitário, Helder Santana que sofreu preconceito, nos Estados Unidos, por um grupo de também negros, por considerarem que ele não se enquadrava nos padrões de negritude propagados pela mídia, considera que o curso está contribuindo para sua formação sobre essa questão. “É um tema fundamental, especialmente para mim que participarei da Conferência Estadual de Comunicação, no Rio de Janeiro”.
Jorge Benzê conta a história do samba na Semana da Cosciência Negra
Samba, samba-enredo, maxixe, jongo e até lundú foram alguns dos rítmos abordados pelo músico e especialista em História e Culturas da África e Afrobrasileiras pela faculdade pública de Macaé, a FeMASS, Jorge Benzê, acompanhado pelo percussionista Malaka. A apresentação aconteceu durante a abertura da I Semana da Consciência Negra, na segunda-feira (16).
A programação da Semana, promovida pela Secretaria de Educação, termina nesta quinta-feira (19), com a palestra do MV Bill. Logo após a apresentação de Jorge Benzê e Malaka, “A Trajetória do Samba”, aconteceram a palestra e lançamento do livro “Multiculturalismo e Educação”, de Ana Canen.
Benzê, que possui duas especializações em cultura africana e afrobrasileira, apresenta o resultado de sua pesquisa sobre a influência da cultura africana na música popular brasileira de um jeito diferente. Contando a história do samba com a ajuda de um violão e da percussão de Maraka, ele conquistou a atenção do público.
No repertório do show são lembrados Esmael Silva, Noel Rosa, João da Baiana, Pixinguinha, Assis Valente, Geraldo Pereira, Chico Bahia, entre outros grandes nomes da história do samba. Os detalhes dos “bastidores” das composições enriquecem a narrativa. “Estou ampliando esse trabalho. Macaé é mais rica em cultura que em petróleo”, comentou.
Ele citou um dos introdutores do saxofone no choro, o macaense Viriato da Silva, que acompanhou Chiquinha Gonzaga, o escritor de sambas e também macaense, Luiz Barbosa, que introduziu o “chapéu de palhinha” como instrumento de música ,e o quilombo de Carucango, o segundo maior no Brasil, que está possivelmente localizado na região de Macaé. “É muito importante um resgate da cultura africana da região”, disse.