Dando continuidade à extensa programação cultural de Macaé, nesta quarta (23) a poesia árcade será enfocada, no quarto andar do prédio da Fundação Macaé de Cultura, a partir das 18h. O evento, promovido pela Escola Municipal de Artes Maria José Guedes, terá diversos poemas do período, pendurados em varais, uma maneira criativa para os leitores usufruírem deste acontecimento mensal intitulado “Quarta Poética”. Nos próximos meses haverá textos poéticos românticos, simbolistas, parnasianos, modernistas e contemporâneos.
O projeto Quartas Culturais foi desenvolvido para movimentar a vida cultural macaense. Além disso, contribui para complementar o estudo dos alunos de teatro e música, por meio de eventos que envolvem teatro, música, cinema e poesia. As Quartas Culturais são resultados de trabalhos dos professores e agentes culturais Alessandra Gélio, Felipe Argollo, Larissa Benini e Leandro Baumgratz.
Os poetas que constituíram a Escola Mineira (árcades) foram Frei José de Santa Rita Durão, José Basílio da Gama, Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Manuel Inácio da Silva Alvarenga. Serão deles os textos disponíveis no corredor cultural. Com os olhos voltados para a terra natal, esses poetas árcades iniciaram o período de transformação da literatura brasileira, que se vai efetivar, realmente, no século XIX, com os românticos.
O Arcadismo foi um estilo literário que perdurou pela maioria do século XVIII, sendo também chamado neoclassicismo por ter como um dos objetivos imitar os autores clássicos como Homero e Virgílio (daí o fato das figuras da mitologia Grega e Romana serem muito utilizados). Tinha como principal característica o bucolismo, elevando a vida despreocupada e idealizada nos campos. Outra característica importante é a tendência à lógica, que se manifesta na descrição racional dos sentimentos.
No Brasil e em Portugal, a experiência neoclássica na literatura se deu em torno dos modelos do Arcadismo italiano, com a fundação de academias literárias, simulação pastoral, ambiente campestre entre outros. Esses ideais de vida simples e natural vêm ao encontro dos anseios de um novo público consumidor em formação, a burguesia, que historicamente lutava pelo poder e denunciava a vida luxuosa da nobreza nas cortes.