Joinville - Uma coreografia do grupo Art Luz que surgiu espontaneamente, pode garantir uma excelente colocação na mostra competitiva do 26º Festival de Dança de Joinville (SC). A coreografia compete na categoria trio contemporâneo avançado, na noite desta sexta-feira (25), no Centreventos Cau Hansen. A obra “Todo Bobo”, da coreógrafa Alessandra Gripp, tem a duração de dois minutos e meio, tempo em que o cantor (MPB) Zeca Baleiro canta a música Telegrama, uma mistura de soul e vogue.
A letra da música diz que o cantor estava só, mas “nêgo, sinta-se feliz porque no mundo tem alguém que muito te ama”. “E quando alguém te ama, você fica todo bobo”, justifica Alessandra Gripp. Três bailarinos de Macaé, integrantes do Art Luz, irão dançar para cerca de oito mil pessoas no festival que é considerado o maior do mundo. A direção teatral da peça coube à professora de teatro Cláudia Bispo, enquanto a professora de dança Kátia Alves efetuou o papel de ensaiadora.
Os jornais Notícia e Gazeta de Joinville, ambos da cidade catarinense, deram destaque aos bailarinos do Programa Art Luz da prefeitura de Macaé, em suas páginas sobre o 26º Festival de Dança de Joinville. O Art Luz é o único programa que trabalha com inclusão social presente na mostra competitiva. “Além disso, valorizaram o talento dos macaenses”, conta Alessandra.
Para Alencar Rosa Ramos, de 19 anos, que atua como professor do Programa Art Luz no núcleo Nova Holanda, é uma alegria muito grande participar do Festival de Dança de Joinville, onde, segundo ele, as portas para o mundo da dança se abrem significativamente.
- Além disso, mostramos nosso trabalho e propagamos o nome da nossa querida Macaé. É que muitas pessoas daqui pensam que o Rio de Janeiro e as cidades do interior são uma espécie de Iraque – pontua. Ele acrescenta que o Programa Art Luz é composto em sua maior parte por pessoas de comunidades carentes, enquanto no festival as pessoas têm maior poder aquisitivo. “Mas, há uma troca de energia muito vital”, assegura Alencar.
De acordo com Pedro Henrique Lopes, de 19 anos, que também leciona no Programa Art Luz (Parque Aeroporto), no momento em que os três pisam no palco fazem caras e bocas para alegrar a platéia. “Acredito que há várias formas de dançar sem precisar fazer força. A expressão e a técnica são ingredientes fundamentais para dar vida à coreografia”, afirma.
Já o terceiro bailarino da coreografia “Todo Bobo”, Gleidson Carvalho Gonçalves, de 17 anos, disse que sua mãe apóia sua participação no programa, desde quando ele tinha oito anos de idade. “Meu tempo é ocupado de forma mais sadia”, comenta ele, que gosta muito de “street dance”, tendo conquistado o primeiro lugar no festival de dança de Cabo Frio, em setembro do ano passado.
Irão competir com a Cia Art Luz de Dança e Teatro, na mostra competitiva do trio contemporâneo avançado, os grupos Corpo Livre (SP), Fernando Lima (SC), Jair Moraes (PR), Clube Atlético Aramaçan (SP), Estúdio de Dança Luciane Junqueira (SP) e Beth Dorça (MG)