O projeto Art Luz, da Fundação Macaé de Cultura, está promovendo aulas gratuitas de capoeira para cerca de 500 crianças e adolescentes, procedentes de famílias de baixo poder aquisitivo. As aulas são na Igreja Batista das Malvinas ; na Paróquia São José Operário, no Parque Aeroporto; no Sindicato dos Servidores, na Fronteira, na Escola de Samba da Aroeira; e na Casa do Caminho, na Ajuda. Os trabalhos começarão a acontecer nos Cajueiros, em local ainda indeterminado.
A capoeira é uma luta, com características folclóricas, culturais e esportivas, sem deixar de envolver espírito de competição. Segundo o professor Manoel da Cruz Vieira, o Dengo, um dos mestres desta arte, a capoeira está resgatando e educando a garotada para o futuro.
Na Escola de Samba da Aroeira, onde ele dá aulas para 50 alunos, com idades entre seis e 17 anos, há três tipos de prática do esporte: o maculelê, quando os capoeiristas jogam com bastões; o samba de roda, uma coreografia do grupo através do samba, e a puxada de rede, encenação de pescaria pelos alunos. As aulas acontecem ao som de músicas compostas pelos mestres e as próprias crianças.
De acordo com mestre Dengo, este esporte colabora para o bem estar físico e mental da criança. “Também há aulas de teatro e de história, quando aprendemos que foi o negro quem trouxe a capoeira para o Brasil”, conta ele, lembrando que além de resgatar a cultura do samba de roda e a manifestação afro-brasileira, as aulas estão melhorando o desempenho das crianças e adolescentes na escola e em casa. “Nós incutimos o respeito ao próximo nos alunos. Há muitos casos de crianças e adolescentes rebeldes que mudaram o comportamento, passando a se relacionar melhor com os pais e irmãos”, explica.
Para Dengo o projeto Art Luz tem, através da capoeira, conscientizado as pessoas que a vida pode ser melhor em todos os sentidos quando se cuida melhor da parte física, emocional e espiritual. “A capoeira oferece tudo isso, através da música, do ritmo, da ginga. Mas é imprescindível a participação da família. É importante a presença dos pais nas aulas para conhecerem, o trabalho no qual o filho é o alvo”, conclui o mestre Dengo.