A Fundação Macaé de Cultura está buscando parceiros na iniciativa pública e privada para ampliar o projeto Art-Luz, que hoje atende a cerca de 1,3 mil pessoas. “O Art-Luz tem bastante procura em todos os núcleos e a Fundação sozinha não tem como ampliá-lo. Estamos buscando parceiros, pois este é também um projeto de responsabilidade social”, diz uma das coordenadoras do projeto, Lúcia Pacheco.
Um dos planos da Fundação Macaé de Cultura é a implantação de pólos no distrito de Glicério e na Virgem Santa. “Mas para isso necessitamos de apoio - local, material e pagamento aos professores”, ressalta Lúcia. Para ela, a importância do Art Luz é levar informações a crianças e adolescentes, que em virtude de suas condições socioeconômicas não teriam acesso ao mundo da arte, ficando sem a oportunidade de desenvolver culturalmente e usufruir das aulas esportivas que o projeto oferece.
“Além disso, o projeto cria condições favoráveis para conscientização da cidadania, quando os professores lhes mostram deveres e direitos, numa sociedade democrática”, explica. Ela ainda acrescenta que no momento em que isso acontece o público alvo se afasta de coisas ruins que a sociedade oferece, por exemplo: ficar na rua ociosamente, sem pensar em algo produtivo ou pior: envolver-se com tráfico, brigas e criminalidade. Lúcia explica que a criança costuma fazer várias atividades no projeto, enquanto a mãe está trabalhando. “O Art Luz colabora muito com o crescimento, o aperfeiçoamento e o desenvolvimento da criança e do adolescente, incentivando sua criatividade e acrescentando-lhes senso de responsabilidade”, afirma.
Entre as atividades produzidas em 2006 estão a criação da Companhia Art Luz de Dança e Teatro, que já participou de diversos festivais, ganhando inclusive prêmios. Por exemplo, no Conselho Brasileiro de Dança (Rio de Janeiro), e no Festival Internacional de Cabo Frio. Já o grupo de Caratê também participou de vários eventos dentro e fora do estado do Rio de Janeiro, conquistando 20 medalhas. Os grupos de capoeira se apresentaram em inúmeras cidades, como Natividade, no mês passado.
Para novembro, será realizado o Festival Art Luz de Teatro. Todas as turmas de teatro do projeto irão encenar esquetes. São cinco turmas com dezenas de atores nos pólos. Dentre os professores estão Valter Vilar, Cláudia Bispo, Manoel Thomas e Rafael Cassius. “Um trabalho fascinante que desenvolvemos acontece na Cia de Dança, que se reúne no Cine Clube. A artista plástica Rita Brennand e a professora e coreógrafa Alessandra Gripp fazem trabalho em conjunto unindo dança e vídeo”, vibra a coordenadora.
- Também está programado trabalho de apresentação das atividades desenvolvidas nas Malvinas, a fim de que os pais conheçam e valorizem os trabalhos dos filhos. É fundamental à credibilidade do projeto o conhecimento do desempenho das crianças por parte dos pais, diz Lúcia.
O projeto Art Luz atua em cinco núcleos. No Sindicato dos Servidores na Fronteira, são 700 alunos. Na Igreja Batista das Malvinas são atendidas mais 200 pessoas e na Associação de Moradores do Parque Aeroporto, também são 200 beneficiados. A Igreja São José Operário atende a 100 alunos e a Fundação Esperança, no Morro de Santana, outros 100. As aulas no Sana - jiu-jitsu, tricô e crochê, tear de prego, artesanato em jornal, desenho artístico e grafite - têm cerca de 100 alunos.
São 40 professores dos mais diversos estilos. Na Fronteira, por exemplo, as aulas são de balé clássico, jazz, dança de rua, caratê, canto, violão, flauta doce, capoeira, teatro, papel machê, ginástica, artesanato em escamas de peixes . Esta última é conferida a mulheres. Mães dos alunos também fazem ginástica neste espaço.. Já nas Malvinas, os mestres ensinam teatro, dança de rua, jazz, balé clássico, capoeira, graffiti, percursão, ginástica, artesanato em mosaico e jiu jitsu.
No Parque Aeroporto há aulas de teatro, dança de rua, ginástica, percursão capoeira e violão, enquanto que no Morro de Santana, ensinam-se ginástica, teatro, dança de rua, graffiti, jazz e percusão. Na Igreja São José Operário há diversos cursos, inclusive pintura em tela, com a professora Jomapina “Além disso, há aulas de artesanato para portadores de deficiência física, no Centro de Vida Independente (CVI), nos Cavaleiros”, finaliza Lúcia.