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Abordagem é feita diariamente em diversos bairros da cidade
Maior cidade do estado do Rio de Janeiro em desenvolvimento, devido aos investimentos em educação, saúde e pela geração de emprego (segundo dados da Firjan), Macaé paga o ônus por essas vantagens que oferece. Além de oferecer uma rede municipal de ensino fundamental com 50 escolas em horário integral e um Hospital Público referência na região, a prefeitura, por meio da secretaria de Assistência Social, lida diariamente com pessoas que chegam à cidade em busca de emprego, mas acabam sem encontrar vaga no exigente mercado de trabalho da cadeia produtiva de petróleo e gás.
- A demanda é diária. Todo dia chega gente a Macaé em busca do que a mídia expõe como uma cidade cheia de oportunidades para trabalho. Mas, as pessoas se esquecem que precisam estar qualificadas para isso e quem quer, por exemplo, trabalhar na construção civil – que oferece mais vagas na cidade – tem que ter um lugar para ficar na cidade. Essas pessoas, em alguns casos, vão parar nas ruas, ingerindo álcool o dia inteiro e perdem a referência de vida -, explica o secretário de Assistência Social, Júlio de César Barros, o Julinho do Aeroporto.
Além disso, a secretaria lida diariamente com pedidos de cesta básica, moradores de rua envolvidos com álcool e drogas moradores da própria cidade, entre outros casos. Um dos responsáveis por isso, na visão da própria secretária, seria o fato das pessoas ainda darem esmolas, ou fomentarem o morador de rua, doando comida, entre outros benefícios.
- Todo dia pela manhã fazemos uma ronda na cidade, fora as incursões noturnas, juntamente com a secretaria de Ordem Pública. Uma equipe formada por cinco pessoas, conversa com o morador de rua e procura conhecer o problema. A partir daí procuramos ajudar ou recambiando as pessoas para a sua cidade ou levando para a Pousada da Cidadania onde ela encontra uma equipe multidisciplinar que pode ajudá-la a se reintegrar na sociedade -, explica o coordenador da secretária de Assistência Social, Edvaldo Santos. A Pousada da Cidadania abriga 53 pessoas e já oferece curso de eletricista no próprio local, em parceria com a secretaria de Educação. O curso é ministrado por um ex-morador de rua.
Com quase uma média de um migrante recambiado por dia, já que estamos no 273º dia do ano, a secretaria já identificou de onde vem a maior demanda: o estado do Espírito Santo. A reincidência de janeiro para cá, chega só a dois casos.
- Nosso trabalho não pode parar, tem que ser diário. Para isso, a secretaria de Assistência Social vai inaugurar uma sala específica para realizar a triagem e levantamento específico do migrante e do morador em situação de rua. Precisamos que a população entenda que o ‘dar esmola’ não ajuda, pelo contrário, promove ainda mais a mendicância, fazendo com que o morador em situação de rua, não vislumbre outras alternativas para sua vida. Precisamos ajudar sim, buscando discutir, junto com a sociedade, políticas públicas para este setor -, conclui Edvaldo Santos.