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Audiência pública discute macrodrenagem e saneamento

28/09/2006 17:25:35 - Jornalista: Janira Braga

O projeto de macrodrenagem e saneamento do governo municipal para Macaé foi discutido nesta quinta-feira (28), durante audiência pública realizada no Paço da prefeitura. Os subsecretários de Obras, Mário Bucker e de Meio Ambiente, Carlos Renato Mariano, conduziram na parte da manhã as discussões e técnicos da secretaria de Obras (Semob) expuseram em detalhes de engenharia as intervenções que a prefeitura visa fazer com o objetivo de eliminar o problema de alagamentos em pontos críticos da cidade e coletar 100% do esgoto das residências e levar para as Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs).

O valor do projeto é de cerca de R$ 240 milhões.

- Macaé possui três canais que recebem as águas pluviais da cidade: do Capote, Fábio Franco e Jesuíta. O projeto consiste em viabilizar que esses três canais recebam as águas da chuva rápido, processo que hoje não ocorre naturalmente. Para isso, vamos instalar bombas de recalque, que vão permitir que as águas saiam das partes mais baixas até atingir os canais, para chegar ao Rio Macaé e posteriormente, ao mar – explicou o secretário de Obras, Tadeu Campos.

Dentro do projeto macro, a prefeitura vai fazer intervenções para, em caso de chuva, a água fluir em uma velocidade rápida para o mar. Serão instaladas bombas intermediárias nos trajetos e estações elevatórias com conjuntos de moto-bombas, com vazão que chegará a 7,5 metros cúbicos por segundo. “Vamos duplicar a capacidade das bombas para que o volume de água chegue o mais rápido possível no extravasor do Canal Fábio Franco, que deságua na Avenida Télio Barreto, passando por baixo desta via”, disse.

No projeto de macrodrenagem, consta o alargamento dos canais da Fábio Franco, do canal da Airton Senna e o alargamento dos canais Jesuíta e do Capote. A idéia é tirar as águas provenientes de chuva das regiões mais baixas de Macaé. “Somente nas áreas localizadas abaixo do nível do mar, englobando Riviera, Campo D’Oeste, Novo Horizonte, Sol y Mar, Praia Campista, entre outros, somam-se 250 hectares de terra”, pontuou Tadeu.

Para evitar os alagamentos, o projeto contempla a instalação dos conjuntos moto-bombas, além de bombas menores que vão permitir que a velocidade das águas chegue aos canais o mais rápido possível. “Serão bombas elevatórias estrategicamente colocadas para que façam a drenagem e assim, a cidade sofra menos impacto”, informou.

SANEAMENTO - O saneamento foi a segunda etapa da audiência pública. O objetivo do projeto é fazer a coleta de 100% das residências. “Hoje, algumas casas têm fossa, filtro e sumidouro e outras têm ligação com a rede de águas pluviais, formando a rede mista, utilizada para esgoto e água pluvial. Para eliminar o problema do esgoto retornar para a casa do morador em caso de chuva forte, o projeto prevê que o esgoto se dirija para as estações de tratamento, sem se misturar com a água pluvial, ou seja, serão construídas redes exclusivas de esgoto”, afirmou o secretário.

Com relação à Zona Norte, Tadeu explicou que já existem as bases preparadas para o saneamento, basta ser feita a interligação. Ele exemplificou que no Engenho da Praia, a atual Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) será ampliada para tratar até 40 mil habitantes. A ETE do bairro São José do Barreto será ampliada para atender 25 mil pessoas, a unidade do Aeroporto já atende 30 mil pessoas. “A Zona Norte já possui capacidade instalada e é só melhorar o sistema e interligar todas elas”, ressaltou.

O foco do tratamento de esgoto é separar toda a rede de esgoto da rede pluvial para que evite a contaminação do rio, mar e canais. “É uma obra grande porque vamos abrir mais de 50 a 60% das ruas para fazer a separação das redes”, frisou.

O projeto da macrodrenagem foi baseado em um cronograma de cinco anos. Parte dele será feito pelo atual governo e o restante terá continuidade na próxima administração, já que todo processo estará encaminhado. Após a audiência pública, caso haja questionamentos pendentes, a secretaria de Obras vai esclarecer e em seguida, a prefeitura envia para o Tribunal de Contas do Estado o projeto com o pedido de autorização para abertura da licitação. Após definida a empresa responsável, a obra começa.

A idéia da prefeitura é tentar financiamento do projeto com possíveis parceiros como o Banco Mundial (Bird), Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa Econômica Federal (Cef).