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Aula inaugural do programa 'Crack, é Possível Vencer' é realizada

09/09/2013 15:38:00 - Jornalista: Liliane Barboza

Foto: Guga Malheiros

Cerca de 50 guardas municipais e agentes da Defesa Civil participaram do evento

A aula inaugural do curso de capacitação de segurança pública do programa "Crack, é Possível Vencer" foi realizada na manhã desta segunda-feira (9), no auditório do Paço Municipal, na Prefeitura de Macaé. Participaram do evento cerca de 50 guardas municipais e agentes da Defesa Civil. O objetivo principal é capacitar policiais militares, civis, bombeiros militares e guardas municipais para desenvolverem ações de segurança pública orientadas pela filosofia de polícia comunitária, habilitando-os para atuar na docência dessa nova filosofia.

De acordo com informações do secretário de Ordem Pública, Edmilson Jório, Macaé foi o único município contemplado pelo fato de anteriormente já ter realizado uma capacitação sobre o assunto. Para ele, o curso é o primeiro passo para a concretização do programa e a capacitação dos recursos humanos é fundamental.

- O programa é formado por três eixos: prevenção, cuidado e autoridade. Além dos cursos de capacitação, temos a expectativa de receber um aparato tecnológico, como uma base móvel, 20 câmeras de vigilância, duas motos, duas viaturas, 50 armas de uso não letal e 150 sprays de pimenta - informou.

O secretário explicou ainda que o curso será intenso, com aulas de 8 horas às 17 horas, totalizando 160 horas, que serão distribuídas em três módulos. A previsão é de que a capacitação termine em 4 de outubro e as aulas serão ministradas no auditório do Centro Administrativo Luiz Osório, antigo Hotel Ouro Negro.

Entre as disciplinas que serão abordadas durante a capacitação estão: Direitos Humanos; Gestão de Projetos; Polícia Comunitária Comparada e Troca de Experiências de Polícia Comunitária; Teorias sobre Polícia Comunitária; Substância Psicoativas: Conceitos Fundamentais; Políticas e Legislação sobre Drogas no Brasil, entre outros assuntos.

Para o secretário, os tempos modernos trouxeram mudanças no comportamento - a sociedade tornou-se mais consumista e a busca do ganho de dinheiro de forma mais rápida leva muitas vezes os jovens a se envolverem no tráfico de drogas.

- A droga destrói as famílias e esse curso é o primeiro na formação de mão de obra qualificada para lidar com o problema - ressaltou Jório.

O coordenador do curso, o subsecretário de Ordem Pública, Edilson Santana, destacou que a meta é formar multiplicadores para que posteriormente sejam realizadas capacitações internas dentro da guarda municipal, que possui atualmente um efetivo de 774 homens.

Vice-prefeito destaca parceria com governo federal

O vice-prefeito, Danilo Funke, que esteve presente da aula inaugural, destacou a importância de Macaé participar do programa lançado pelo Governo Federal.

- É importante a valorização dos funcionários por meio de cursos de capacitação. Com relação ao problema do crack, não podemos fechar os olhos para essa questão, que infelizmente atinge todas as classes sociais - disse.

Para a secretária de Desenvolvimento Social, Ivânia Ribeiro, o consumo do crack merece uma ampla discussão. Ela disse que na secretaria muitas vezes o profissional cuida de casos extremos.

- No município possuímos uma rede formada pela Pousada da Cidadania, Cemaia, Centro de Referência de Assistência Social, entre outros locais. A questão do consumo do crack não é só da periferia e sim um problema social. Estamos trabalhando em rede e não é um tema simples de lidar. É um desafio que está em nossas mãos - pontuou a secretária.

Dados alertam para perigo do uso do crack

O coordenador Extraordinário de Políticas Sobre Drogas, Gleison Guimarães, que ministrou a palestra de abertura do curso de capacitação, disse que a equipe da coordenadoria intensifica os trabalhos e que o programa "Crack, É Possível Vencer" é um plano expressivo para o combate ao uso da droga.

Na palestra apresentada, o coordenador mostrou o Plano de Ação Focal do Município de Macaé, conceitos sobre as drogas, como por exemplo quais são suas características químicas, qual o fator que leva as pessoas a usá-las, entre outras questões.

- O consumo do crack começou na década de 90 e o seu baixo custo atraiu novos consumidores. Seus efeitos são mais intensos e causa dependência mais rápido do que as outras drogas - explicou Gleison Guimarães.

Ele apresentou também como funciona o trabalho do Comitê Gestor criado no início do ano e que tem como objetivo principal tratar do tema em áreas prioritárias, como Botafogo, Cajueiros, São José do Barreto, Aroeira, Aeroporto, entre outras localidades.

De acordo com Gleison Guimarães, esses dados foram revelados durante uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) de Macaé, que mostrou ainda que o consumo cresce a cada dia e que o crack é comercializado no município há cerca de dez anos. No diagnóstico realizado não foi detectada a existência de "crackolândia" e foi apontado que o consumo ocorre mais em jovens a partir dos 13 anos.