Ao voltar à orla da Fronteira, na manhã desta quinta-feira (05), o secretário executivo de Obras, Tadeu Campos, verificou que o mar avança e a situação se agrava para os moradores. Em caráter emergencial, a prefeitura agiliza construção do muro de contenção em área de 300 metros. As intervenções, realizadas pela secretaria Executiva de Obras (Semob), visam garantir a segurança dos moradores, que nas últimas noites não dormem, preocupados com o problema. Há residências ameaçadas na área onde as fortes ondas da ressaca já “engoliram” a faixa de areia que separava as casas do mar.
- Estivemos aqui na segunda-feira (02), junto com o secretário especial de Infra-estrutura Urbana, Adrian Mussi. Os moradores já estavam preocupados, mas a faixa de areia ainda existia. A construção do muro de contenção já havia começado, desde a última sexta-feira, iniciando no ponto da orla da Barra em direção à Fronteira. Hoje, determinei que os caminhões desçam para a praia e coloquem as pedras nesta área, onde a faixa de areia sumiu. Essas intervenções são em caráter emergencial, pois já há residências com risco. A Semob e a Defesa Civil estão monitorando a área diariamente, por determinação do prefeito Riverton Mussi, para intervirmos, se houver necessidade de evacuarmos os moradores para outro local – disse o secretário.
As pedras para a construção do muro de contenção vêm de pedreiras localizadas do outro lado da cidade. Como são pedras enormes, muitas com mais de duas toneladas, a retirada das mesmas das minas de pedra requer um esforço maior dos proprietários das pedreiras. Além disso, transportar as pedras do local de retirada até a Fronteira envolve um batedor da secretaria de Trânsito e Transportes, porque os caminhões têm que atravessar a cidade para chegar ao destino, o que retarda a operação por causa do trânsito no centro.
- A pedreira está trabalhando, por solicitação da prefeitura, em ritmo acelerado para cortar pedras de grande porte, comumente não usadas, para agilizar a ação na Fronteira, no intuito de proteger essa área – informou Tadeu Campos, ressaltando que a faixa de areia está diminuindo com rapidez e que, estatisticamente, as ressacas são mais fortes no final de julho e no mês de agosto, mas que este ano, vieram mais cedo.
Além dos caminhões que trazem as pedras, trabalham na área escavadeiras 320, que agüentam pedras de até 10 toneladas. Na construção dos 700 metros iniciais do muro de contenção, a prefeitura investiu mais de R$ 2 milhões.
Moradores vigiam avanço do mar e agradecem a construção do muro
A situação dos moradores da orla da Fronteira complicou nas últimas noites, porque a ressaca, incomum no início de julho, ameaça as casas. Muitos passam as noites vigilantes ao avanço do mar. Mesmo preocupados, estão satisfeitos com as intervenções que a prefeitura vem realizando na Fronteira, estendendo, em 300 metros, a construção do muro de contenção, que na orla da Barra de Macaé vem resistindo à força do mar.
Alexandre Gonçalves, residente há nove anos na Fronteira, agradece ao prefeito Riverton Mussi pela continuidade das obras. “A situação é crítica e há duas casas ameaçadas. Estamos solicitando a presença da Defesa Civil porque muitos estão com medo. À noite, quando a maré enche, lava a laje da minha casa. Se agora está assim, imagine em agosto e setembro, quando a ressaca é mais forte. Este ano, a ressaca começou cedo. Tenho esposa e dois filhos e temo por nossa segurança. Agradeço o prefeito Riverton por pensar em nós e autorizar a extensão do muro”, disse o morador.
Residente há 10 anos na Fronteira, com esposa e três filhos, Antonio Marcos Melo de Oliveira considera a situação perigosa, de calamidade, mas está satisfeito com a continuação do muro. “Agora, vimos que as autoridades estão se mexendo, nos dando segurança. Estamos assustados, mas confiantes que tudo vai dar certo”, disse Antonio Marcos.
Moradora na casa onde o muro caiu na noite passada, Maria da Conceição de Souza está atenta, acompanhando a construção do muro de pedras. Também está agradecida à administração municipal por intervir na área. “Tenho filhos e esta casa é o único bem que possuo. Não posso perder o que tenho. Não durmo à noite, vigiando, mas confio que o muro vai conter a força da ressaca”, falou Maria da Conceição.