Bacia de Campos é a estrela da 14ª Rodada de Licitações

27/09/2017 17:12:00 - Jornalista: Carla Cardoso

Foto: Reprodução internet

Todos os lotes da Bacia de Campos foram negociados pelo valor de R$ 3,6 bilhões

A Bacia de Campos foi o destaque, com todos os blocos arrematados, da 14ª Rodada de Licitações de Petróleo e Gás, realizada nesta quarta-feira (27), pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Todos os lotes da Bacia de Campos foram negociados pelo valor de R$ 3,6 bilhões dos R$ 3,8 bilhões da rodada. Foram oferecidos 10 blocos marítimos. A Exxonmobil Exploração arrematou dois blocos do setor SC-AP1, com bônus total de R$ 63 milhões. Já o setor SC-AP3 foi arrematado pelo consórcio Petrobras e Exxonmobil.

Segundo a ANP, a 14ª Rodada de Licitações teve a maior arrecadação da história e marcou a retomada do setor de petróleo e gás no Brasil, com o maior bônus de assinatura total e as duas maiores ofertas por bloco: cerca de R$ 2,24 bilhões e R$ 1,2 bilhões. O ágio foi de 1.556,05%. O sucesso do leilão reflete as mudanças regulatórias realizadas pelo governo brasileiro, que tornaram o ambiente de negócios no país mais atraente a empresas de diferentes portes.

O prefeito de Macaé, Dr Aluizio, participou da atividade, no Rio de Janeiro, e defendeu que a recuperação do setor do Petróleo passa pela Bacia de Campos e por Macaé.

- A Bacia de Campos foi contemplada com as vendas de todos os campos, com a grande operadora ainda sendo a Petrobras. Isso significa mais energia, mais investimento, mais recurso e mais empregos para a região. Foi um leilão importante, grandioso para revitalizar a Bacia de Campos. Vamos torcer para que, daqui para frente, tudo continue correndo bem, como ocorreu nesse leilão. Parabéns à Petrobras, parabéns à região. Que a gente possa, em breve, voltar com a atividade mais intensa, para garantir mais emprego e qualidade de vida para todos nós - enfatizou.

O total de bônus ofertado da 14ª Rodada foi de R$ 3.842.775.506,02 e a previsão de investimentos do Programa Exploratório Mínimo (conjunto de atividades a ser cumprido pelas empresas vencedoras na primeira fase do contrato) é de R$ 845 milhões.

O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, ressaltou que o leilão mostrou o potencial da região da Bacia de Campos e o crescimento das expectativas, destacando que o Estado do Rio vai sentir o impacto nos royalties a partir de 2025. Segundo Oddone, o leilão mostra uma garantia de sucesso além dos bônus, que são a certeza de investimentos no futuro e aposta das empresas menores, que puderam participar dessa rodada. A assinatura dos contratos está prevista para ocorrer até o dia 31 de janeiro de 2018.

Dia histórico

Na abertura do evento, o diretor-geral Oddone, afirmou que se trata de “um dia histórico do setor de petróleo e gás no Brasil. Esse leilão representa o início da retomada de investimentos, após a maior crise que esse setor já passou no Brasil”.

Foram ofertados 287 blocos nas bacias sedimentares marítimas de Sergipe-Alagoas, Espírito Santo, Campos, Santos e Pelotas e nas bacias terrestres do Parnaíba, Paraná, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas e Espírito Santo, totalizando uma área de 122.622,40 km². Desse montante, 37 foram arrematados. Foram 17 empresas vencedoras no leilão, sete delas estrangeiras.

Rodadas do pré-sal em 2017

Além da 14ª Rodada, com áreas no pós-sal, a ANP realizará, em 27 de outubro, a 2ª e a 3ª Rodadas do Pré-sal. A 2ª Rodada ofertará quatro áreas com jazidas unitizáveis, ou seja, adjacentes a campos ou prospectos cujos reservatórios se estendem para além da área concedida. As áreas são relativas às descobertas denominadas por Gato do Mato e Carcará, e aos campos de Tartaruga Verde (Bacia de Campos) e Sapinhoá.

Já a 3ª Rodada ofertará quatro áreas localizadas nas bacias de Campos e Santos, na região do polígono do pré-sal, relativas aos prospectos de Pau Brasil, Peroba, Alto de Cabo Frio-Oeste e Alto de Cabo Frio-Central.

Espetáculo da indústria

O secretário de Óleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marcio Felix, foi enfático ao declarar que, ao contrário do que se propagava, a Bacia de Campos não está em linha de declínio.

"A Bacia de Campos, que estava se falando decadente, está em ascensão, não só em sua área madura de recuperação, mas também em áreas de fronteira exploratória, em águas ultraprofundas. Isso faz do Estado do Rio de Janeiro um espetáculo da indústria, por ter o pré-sal de Sul a Norte do estado e a própria Bacia de Campos, que recebeu o maior bônus do leilão e uma área exploratória. É uma coisa para se pensar e se valorizar", frisou Marcio Felix.

Oddone, que destacou que a Bacia de Campos ficou 10 anos sem oferta em leilões, exaltou o potencial que o Rio de Janeiro tem para captação de investimentos de petróleo e gás, fato que ficou evidente com o resultado desta rodada, em que o estado foi a grande estrela.


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