Foto: Ana Chaffin
A ideia é combater o racismo estrutural e garantir a equidade de direitos
Literatura infantil, jogos e brinquedos são componentes do projeto “Balaio de Histórias”, na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Edda Evelyn Damasceno Simão Almeida, localizada no Parque Aeroporto. A iniciativa é um resgate à ancestralidade por meio da formação de educadores, alunos e famílias na pedagogia antirracista. A ideia é combater o racismo estrutural e garantir a equidade de direitos.
De acordo com a diretora, Virgínia de Souza, no primeiro semestre foi realizada a formação continuada de professores com o livro “Pequeno Manual Antirracista”, de Djamila Ribeiro. Já, neste segundo semestre, cada criança está levando para casa uma bolsa por semana com livros de histórias africanas para leitura em família, além de jogos, giz de cera nas cores da pele e bonecos de pano.
“A participação das famílias se torna imprescindível ao receber o balaio. Eles separam um tempo para a contação de histórias e registro das vivências. Com isso, pretendemos retirar do vocabulário da família palavras pejorativas que apontem as diferenças como algo ruim. O combate ao racismo estrutural precisa ser todos os dias”, explica a diretora.
O projeto na unidade escolar também conta com uma sala de leitura. No espaço, as crianças têm possibilidades de conhecer obras literárias que alcançam toda a comunidade escolar. “O retorno das famílias tem sido muito positivo com registro em fotos e vídeos. Está sendo muito bacana levar esse projeto através dos muros da escola para as residências, somando na formação de todos enquanto cidadãos”, acrescenta Virgínia.
Educação Antirracista no município
A Secretaria Municipal de Educação tem realizado diversas ações que promovem uma educação antirracista. O Núcleo de Estudos Éticos-Raciais (Neafro) lançou este ano o Caderno Antirracista com históricos e informações sobre as legislações, além de encontros com a comunidade escolar. A Educação possui o Nutriafro, um programa que estabelece um Cardápio da Alimentação Escolar que inclui gêneros exclusivos das alimentações dos povos africanos e indígenas. A iniciativa tem como base a Lei Federal 10.639/2003, que dispõe sobre a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira no currículo escolar oficial e ainda a Lei Federal 11.645/2008, que determina o estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Já as escolas municipais que desenvolvem em seus projetos pedagógicos ações de educação antirracista receberam o Selo Escola Antirracista.