Benedito Lacerda será homenageado pelo Grupo de Choro da EMART

11/03/2015 15:00:00 - Jornalista: Marilene Carvalho/Fundação Macaé de Cultura

Foto: Divulgação

Macaense, Benedito Lacerda será homenageado neste sábado, às 18 horas, na Praça dos Barcos, no Cavaleiros

A vida e obra do macaense Benedito Lacerda são de fundamental importância para a música brasileira. Sua contribuição se deu no momento em que a música popular urbana ganhou forma e identidade. Por esse motivo, ele sempre será lembrado como um dos principais compositores e instrumentistas da história brasileira. Em comemoração aos 112 anos de seu nascimento, o Grupo de Choro da Escola Municipal de Artes Maria José Guedes (EMART), da Fundação Macaé de Cultura, prestará uma homenagem interpretando clássicos do choro, às 18h, neste sábado (14), data de seu aniversário.

A apresentação será no calçadão na Praia dos Cavaleiros, na Praça dos Barcos, às 18h, e tem duração de uma hora. O Grupo de Choro da EMART é uma atividade de prática de grupo voltada para o repertório popular, com o objetivo de aprimorar o vocabulário musical dos alunos e promover a vivência e experiência musicais. O grupo é formado por alunos de cavaquinho, percussão, canto e violão.

Benedito Lacerda – Flautista, regente e compositor, aos oito anos, começou a aprender flauta de ouvido. Iniciou suas atividades musicais como integrante da Banda Nova Aurora. Aos 17 anos, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde passou a residir no bairro do Estácio, famoso por abrigar sambistas e batuqueiros. Estudou flauta sob a orientação de Belarmino de Sousa, pai do compositor Ciro de Sousa. Estudou também no Instituto Nacional de Música, diplomando-se em flauta e composição.

Atuou também como saxofonista em algumas orquestras de jazz. Ao findar os anos vinte e iniciar a década de 1930, Benedito Lacerda organizou um grupo com ritmos brasileiros, batizado de Gente do Morro. O grupo se caracterizava pelos efeitos de percussão e solos de flauta. O grupo durou pouco e fez uma viagem a Campos acompanhando Noel Rosa. Como o Gente do Morro não vingou, Benedito chamou Horondino do violão (Dino Sete Cordas), que era do grupo, e Canhoto do Cavaco, e os três começaram a arregimentar músicos para trabalhar com eles. Era o embrião do Conjunto Regional Benedito Lacerda. Com seu regional, acompanhou nomes como Carmen Miranda, Luiz Barbosa, Mário Reis, Francisco Alves, Sílvio Caldas, além de atuar com êxito como compositor.

Na década de 1940, tocou nos cassinos que agregavam a música nacional e perpetuou uma série de gravações antológicas em parceria de flauta e sax com Pixinguinha, privilegiando o repertório de choro. Por conta do trabalho que a dupla empreendeu em cerca de 40 gravações, mais as edições de músicas e lançamentos de álbuns de partituras, Benedito fez com que a hipoteca da casa de Pixinguinha fosse paga e salvou o mestre de ser despejado. Em sinal de gratidão e por motivos de contrato, Pixinguinha transformou Bené em parceiro de pérolas como "Sofres porque queres", "Naquele tempo" e "Um a zero". Os arranjos e contrapontos executados pela dupla revolucionaram a instrumentação brasileira e influenciam até hoje os novos talentos musicais. Foi compositor de Carnaval premiado e fundou a União Brasileira de Compositores (UBC), foi dirigente da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM). Morreu no Rio de Janeiro, vítima de câncer de pulmão, antes de completar 55 anos.