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Brasil Offshore: 80% dos estandes vendidos

23/09/2006 10:49:38 - Jornalista: Janira Braga

Faltando oito meses para a Feira e Conferência Internacional da Indústria Offshore de Petróleo e Gás, a Brasil Offshore, o evento já contabiliza 80% dos estandes comercializados. A informação é do diretor da organizadora do evento, a Media Group do Brasil, Eric Henderson. A Brasil Offshore será promovida de 19 a 22 de junho, no Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho, o Macaé Centro, com apoio da prefeitura.

- Fechamos muitas áreas para a Brasil Offshore, na Rio Oil & Gas, e a feira será um sucesso maior do que em 2005. A conferência será mais internacional, com suporte do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás e de um instituto estrangeiro, as rodadas de negócios serão mais fortes e teremos outras novidades – destacou o diretor.

Uma das novidades será a ampliação do número de dias de realização da feira – a partir desta edição, serão quatro dias de evento. Além disso, a Brasil Offshore, que chega em sua quarta edição, terá uma hora a mais por dia, funcionando até às 21 horas.

A prefeitura de Macaé terá um estande na Brasil Offshore - feira já consolidada como a terceira maior do setor de petróleo e gás do mundo, reunindo todas as novidades de tecnologia de ponta em produção e exploração de óleo e gás. Multinacionais do petróleo como Schlumberger, Cooper Cameron, Transocean, Wheatherford, Aker Kvaner e Halliburton participam do evento.

Em 2005, 508 expositores mostraram seus produtos e serviços na Brasil Offshore, que foi visitada por 35.950 pessoas, ocupando uma área de 24.195 metros quadrados. Para a próxima edição, a expectativa é que os números sejam ainda mais expressivos.

Macaé, base de operações da Petrobras na Bacia de Campos, responsável por 83% da produção nacional de petróleo e por 42% da produção de gás natural, vai mostrar todas as suas potencialidades econômicas e de infra-estrutura na feira, com vistas a novos investimentos.

Especialista avalia desempenho do óleo brasileiro no mercado internacional

A Brasil Offshore, assim como a Rio Oil & Gas, realizada na semana passada, segue a tendência econômica mundial de evidenciar o mercado de petróleo e gás, em expansão em Macaé, no Brasil e no mundo. De acordo com especialistas em petróleo e gás, o cenário é favorável para o setor, devido o preço do óleo, que chega a valores recordes, e a busca de mercados emergentes passíveis de receber valores altos nesta indústria.

O especialista em petróleo e gás, Jean-Paul Prates, avaliou na Rio Oil & Gas o desempenho do mercado petrolífero brasileiro no cenário internacional. “Com o preço do petróleo alto, os investimentos são acelerados e se intensificam. O volume de investimentos em áreas maduras e em áreas novas passa por uma fase de viabilidade muito favorável. Tanto em áreas que eram consideradas menos interessantes quanto em áreas mais caras de operar, por exemplo, como águas profundas e campos marginais, que passam a ter uma viabilidade muito maior em função da receita que a atividade do petróleo tem hoje e que é projetada para o futuro”, disse.

De acordo com ele, o patamar de preço do petróleo nos dias de hoje representa um novo horizonte de investimento. “Não estamos mais no patamar de US$ 15, US$ 20 ou mesmo de US$ 30, vamos ficar em torno de US$ 40, US$ 50, e em algumas fases como esta atual de US$ 70”, comentou. Estes valores representam no mercado internacional, para Jean-Paul, uma situação de demanda intensificada, embora progressivamente sejam inseridas outras matrizes energéticas no mercado. “No entanto, o petróleo continuará sendo o grande sustentáculo da economia mundial pelo menos pelos próximos 50 anos”, destacou.

Jean-Paul analisa que após o Brasil chegar à auto-suficiência, vive agora um dilema, avaliado por ele, como positivo: decidir se o país quer intensificar a exploração e produção dos campos brasileiros, tornando-se exportador em volumes cada vez maiores ou desacelerar os investimentos e chegar a um ponto de equilíbrio para guardar reservas para o futuro.

- Eu acredito que é necessário acelerar os investimentos, ganhar com o petróleo enquanto ele tem este valor que está no mercado e ao mesmo tempo, desenvolver as alternativas para que tenhamos uma posição internacional em petróleo cada vez mais importante – afirmou o especialista.

Para Jean, hoje o Brasil é um player importante no cenário internacional de petróleo, tanto para receber investimentos, como origem de empresas de investimentos para outros países, o que não acontecia há 15 anos. “A Petrobras está ingressando no mercado de refino nos Estados Unidos, ingressando no mercado de gás na América Latina, o Brasil está exportando o seu setor de petróleo”, exemplificou.

Na avaliação de Jean, Macaé entra neste cenário como “o centro das atividades operacionais da realidade efetiva do petróleo brasileiro”. “Macaé é olho do furacão, no bom sentido. Os programas de energia, o planejamento, as negociações podem ocorrer tanto na sede da Petrobras do Rio quanto no exterior, mas o mãos-à-obra ocorre em Macaé”, destacou.

Por ser o centro de operações da Petrobras e arcar com toda a demanda de bens e serviços vindos do arranjo do petróleo, para o especialista, Macaé tem que estar sempre preparada, ter receita e defender os roaylties. “Royalties nunca são demais para atender o tamanho da indústria do petróleo. Essa indústria, quando se assenta em um município como Macaé, tem um nível de exigência tão alto que a prefeitura e toda economia da cidade precisam estar preparados para receber. Os problemas, as necessidades e os desafios que o petróleo coloca para Macaé e também para as cidades vizinhas é muito maior do que qualquer royalty que se pague”, opinou.

AUTO-SUFICIÊNCIA – A auto-suficiência do Brasil em petróleo foi abordada por Jean-Paul. “Volumetricamente, quando se iguala produção e consumo, não importa se o petróleo é leve ou pesado, o país está auto-suficiente. Agora estamos no período pós-auto-suficiência em que há essas trocas. Até países que são exportadores de petróleo, trocam petróleo de acordo com o perfil da refinaria. Se houver superávit de produção em relação ao consumo em um momento adiante, e de qualidade de petróleo tal que o país não precise mais importar óleo leve, seria um momento mais confortável. Mas cada coisa em seu devido tempo”, analisou o especialista, acrescentando que o próximo desafio é encontrar uma solução de conforto em relação ao gás.

BACIA DE CAMPOS – Segundo Jean-Paul, a Bacia de Campos está no auge da sua potencialidade “nos horizontes que foram explorados até agora, mas ainda não é madura”. “Existe uma revisitação da geologia da região que permite dizer que existe potencial novo da Bacia de Campos. Isso já foi falado por geólogos, geofísicos tanto da Petrobras quando outras empresas. A Bacia está na sua fase máxima de desenvolvimento de reservas, mas ainda há descoberta para fazer, portanto, ela tem uma vida relativamente longa”, afirmou o especialista.