Depois da Fundação Macaé de Cultura, é a vez da Secretaria Municipal de Acervo e Patrimônio Histórico (Semaph) prestar sua homenagem ao compositor macaense que mais se destacou no cenário musical brasileiro. Autor de obras gravadas por Chiquinha Gonzaga, Zequinha de Abreu, Armando Marçal, Almirante e Aldo Cabral, entre tantos outros de igual quilate, Benedito Lacerda faria em 2008, 105 anos. A homenagem será marcada no Café Literário do Solar dos Mellos, nesta quarta-feira (26), a partir das 19h.
– Compositor de choros, sambas, marchas, valsas, Benedito Lacerda, o Benê da Flauta, optou pelo mercado e assim o fez. Administrou sua carreira como poucos, criou da música uma indústria, tinha o melhor grupo, os melhores cantores. Todos os disputavam como a “terra prometida”, um “porto seguro”. Emissoras de rádio, gravadoras e editoras se fartaram com suas descobertas – afirma o pesquisador Paulo Flores, que, com o patrocínio da Petrobras, organizou a obra do autor em ordem cronológica e alfabética de A a Z, presenteando o público com três CD’s juntando músicos e intérpretes que gravaram suas composições.
No Café Literário deste mês, o Coro das Cigarras apresentará um cardápio especial de poesias inéditas para homenagear o músico macaense que morreu em 16 de fevereiro de 1958, em pleno carnaval, no Rio de Janeiro, acometido de pneumonia. O evento contará também com a participação do grupo Ninho do Sabiá, que fará a narração de trechos da vida de Benedito Lacerda, intercalada com músicas de sua autoria.
O homenageado também será lembrado com a exposição “Peças de um Quebra-Cabeça”, que consiste na apresentação de dez banners contendo fotografias e textos sobre a vida e obra do músico e compositor, autor de obras inesquecíveis como as marchinhas de carnaval: “Despedida de mangueira”, “A Lapa”, “A Jardineira” e “Estás no meu caderno”. Referência nacional, Benedito Lacerda foi o criador da UBC – União Brasileira de Compositores, e da Sbacem – Sociedade Brasileira de Autores Compositores Musicais. Deixou mais de mil músicas escritas e gravou 280 canções.
O secretário de Acervo e Patrimônio Histórico de Macaé, Ricardo Meirelles, lembra que Benedito Lacerda formou o regional preferido dos cantores de rádio. “Carmem Miranda brigava para que este regional a acompanhasse em suas gravações. Ele era considerado o maioral da época de ouro do rádio (décadas de 40 e 50)”. Completando, Meirelles ressaltou que nem todos o valorizavam por levar à risca a pontualidade no trabalho. Traço de rigidez que o estigmatizou como “Caxias” e o destacou entre os parceiros.
