João Wescley de Souza Porto, 20, aluno do Art Luz (Fronteira), programa realizado para moradores da periferia de Macaé, conquistou o primeiro lugar no Campeonato Brasileiro de Caratê, na categoria de 18 a 20 anos de idade, no domingo (3), no Ginásio do América (Rio), quando competiu contra caratecas de todo o país, inclusive com lutadores da Bahia, Paraíba e Espírito Santo.
O campeão, estudante de Educação Física, é comandado pelo professor João Henrique dos Santos Ribeiro.
Segundo João Henrique dos Santos Ribeiro, professor do campeão, o Programa tem cerca de 150 aprendizes nas aulas de caratê. Ele informou que, no último mês de julho, o Art Luz obteve duas vitórias significativas nesse esporte. Foram premiações na 2ª Copa Maricá, que garantiram ao programa de inclusão social macaense a primeira colocação geral, e a positiva posição de muitos atletas no campeonato “The best of the best”, realizado na cidade de Saquarema.
- São várias seletivas até chagar ao campeonato brasileiro. João Wescley é um caso de sucesso, uma vez que, por causa do esporte, decidiu aprofundar-se nos estudos, e está no final da Faculdade de Educação Física (Universo, em Campos) – conta orgulhoso o professor - que trabalha com Wescley há seis anos. O professor acrescenta que Macaé está entre os três melhores no estado do Rio de Janeiro. “Mas, nosso objetivo é integrar a seleção brasileira de caratê”, pontua o professor.
João Henrique lembra que o apoio da Fundação de Esporte de Macaé (Fesporte) é muito significativo pois, além do espaço adequado para os treinos, oferece aulas de musculação e sessões de fisioterapia aos alunos. Quinze caratecas do Art Luz marcam presença no Ginásio Municipal duas horas por dia para realizar seus treinamentos. “Nosso pensamento se volta para o Campeonato Estadual de Caratê, que acontece no próximo mês de novembro”, enfatiza João Henrique.
- Há alunos e alunas de todas as idades nas aulas gratuitas de caratê. Este é um incentivo da prefeitura de Macaé a pessoas cujas rendas não possibilitam pagar cursos esportivos em academias, ressalta.
João Wescley mora na Aroeira. Ele disse que o caratê, além de ter influenciado em sua carreira como professor de Educação Física, também lhe proporcionou estágio, pois dá aulas do esporte, no Ciep Nova Holanda. “O esporte também me possibilitou a realização de viagens, quando conheci diversas cidades, enquanto ocupava meu tempo de forma sadia, o que me livrou dos riscos que se encontram nas ruas. Além disso, ser carateca eleva minha auto-estima, e me proporciona sentimentos de dignidade e conhecimentos de cidadania. No final do ano farei o exame da faixa marrom, em que me encontro, para a faixa preta”, concluiu.
