Foto: Maurício Porão
Nesta sexta-feira foram feitas duas coletas de tecido do animal marinho para análise
Após duas tentativas, a carcaça de animal marinho de grande porte foi retirada dos pilares de uma residência, no bairro Pororoca, por uma equipe das secretarias de Ambiente e de Limpeza Pública, além da Guarda Ambiental. Será feito em seguida o reboque para mar aberto. Por terra, coletada amostra de tecido para análise de DNA, o que possibilitará uma identificação precisa. Biólogas do Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de Macaé da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Nupem/UFRJ) e pescadores apoiaram a operação.
- Foram necessárias motosserras para facilitar a remoção do animal. Ele será puxado de barco por cabo e lançado em mar aberto, informou o coordenador de Fauna da secretaria de Ambiente, Fernando Barreto.
Também nesta sexta-feira foram feitas duas coletas de tecido para análise. A primeira foi inutilizada devido à contaminação da amostra. A segunda, realizada pelo Nupem, seguiu todos os procedimentos necessários para que o exame seja preciso. O mais provável é que sejam restos mortais de uma baleia - pele, tecido gorduroso e muscular. "É comum aparecerem na costa neste estado. Quando o animal morre, serve de alimento para várias espécies, como tubarões e peixes. Geralmente, a camada mais gordurosa boia e pode chegar à costa", explicou a Mestre em Ciências Ambientais e Conservação do Nupem/UFRJ, Bruna Pagliani, especialista em fauna marinha.
Na tarde de quinta-feira (22), ela tentou fazer a coleta de uma amostra, de canoa, mas não conseguiu devido à maré alta. A bióloga informou ainda que provavelmente a análise de DNA será feita fora do município e, por enquanto, não é possível estimar quando sairá o resultado. A segurança da excursão desta sexta-feira foi garantida pela equipe Bravo da Guarda Ambiental, sob o comando de Jailton Oliveira. Na quinta-feira, a equipe Alfa deu suporte. Nesse dia, foram feitas três tentativas de reboque. De canoa, dois pescadores prenderam um cabo no bicho que foi puxado pelo barco que estava cerca de 150 metros do local, a 60 cavalos de força. Não tendo sucesso, uma segunda tentativa para tirar os restos mortais que estavam presos entre as rochas foi feita, a 100 cavalos de força. Entretanto, o cabo arrebentou.
Os pescadores tentaram, de canoa, recolocá-lo, mas não conseguiram, porque a maré já estava mais alta. Por isso, nova excursão foi feita, nesta sexta, com a maré baixa. Muitas hipóteses foram levantadas para a identificação do animal: um polvo, uma lula gigante ou uma baleia? O produtor cultural, Vasco de Oliveira, foi quem acionou a secretaria de Ambiente. O animal foi avistado por ele sob sua residência, às 13h30, de quarta-feira (21). "Soube que está em avançado estado de decomposição, mas não exalava cheiro. A princípio, pensei que era um polvo", disse.