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Carnaval macaense é tema de exposição no Solar dos Mellos

13/02/2008 17:33:27 - Jornalista: Marilene Carvalho

A secretaria municipal de Acervo e Patrimônio Histórico (Semaph) abre nesta quinta-feira (14), às 19h, no Solar dos Mellos, a exposição “Abre Alas: fragmentos dos carnavais macaenses”. O evento é o resultado preliminar de um projeto maior dedicado ao registro histórico-cultural do patrimônio imaterial do município. A ação é uma iniciativa da Semaph, realizada em parceria com a Liga Independente das Entidades Carnavalescas de Macaé (Liecam) e a secretaria de Comunicação Social. A exposição fica aberta ao público até o dia 31 de março.

As agremiações carnavalescas representam a chave-mestra do baú de memórias que começa a ser preenchido com dados pesquisados junto às escolas de samba, por meio de entrevistas e de fotografias recolhidas em diversas fontes, para a formação do acervo local. O intuito é ressaltar que o hoje é passado amanhã, por isso a necessidade de atualização constante desses registros. O evento é o resultado do primeiro levantamento realizado junto às escolas de samba da cidade.

A exposição Abre Alas irá acontecer em clima de folia momesca, ao som das antigas marchinhas de Carnaval, como a que dá título à mostra, de autoria de Chiquinha Gonzaga. Para isso, foram preparados três ambientes. Uma das salas do Solar irá receber fantasias das escolas campeãs do carnaval 2008, além de painéis com informações e registros fotográficos do carnaval macaense, cujo primeiro registro é datado de 1865.

Ainda na parte interna do Solar serão expostos adereços e alegorias das três escolas que deram origem ao desfile carnavalesco de Macaé: Aroeira, Império da Barra e Princesinha. No entanto, todas as agremiações que participam hoje do carnaval macaense serão contempladas no evento, através do desfile de bandeiras e foto histórica das diretorias que irá reunir os presidentes das 19 escolas.

A mostra apresenta também uma réplica do boi pintadinho, cedida pelos foliões do Frade. Há cerca de 10 anos, a comunidade do distrito serrano participa do tradicional “enterro dos ossos”, nas quartas-feiras de Cinzas. Na brincadeira, como manda a tradição, eles se reúnem com velas acesas e seguem pelas ruas sob a cadência de dois surdos que fazem a marcação. Um negro portando uma cruz abre o cortejo e durante as paradas recita versos compostos em rimas criativas, satirizando moradores e políticos locais. No final do percurso, o boi folião é queimado e em seguida dá-se início à bebedeira.