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Centro de Telemedicina inicia cursos na área de trauma

01/02/2006 11:25:16 - Jornalista: Genimarta Oliveira

Durante toda esta semana, 25 médicos do Hospital Público Municipal (HPM) e da Petrobras estarão participando de diversos cursos na área de trauma no Centro de Telemedicina e Educação Continuada de Macaé, inaugurado na tarde desta segunda-feira (30), anexo ao hospital.

As aulas estão sendo ministradas pelos profissionais do Centro de Treinamento Berkeley, médicos britânicos e do Hospital das Clínicas de São Paulo. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Atendimento ao Traumatizado, o cirurgião do trauma, Milton Steinman, dissertou sobre o tema.

Steinman parabenizou a iniciativa da prefeitura em focar parte dos investimentos no treinamento e capacitação de recursos humanos e que com isso a cidade se tornará um centro de excelência no país. “Não existe nada parecido, nem visão política nesse sentido em nenhum lugar do Brasil. Quando falamos em melhoria na saúde, a resposta é apenas com a construção de hospitais, compra de equipamentos e não na melhoria da qualidade da mão de obra”, disse.

O cirurgião explica, que os benefícios em promover a educação continuada dos profissionais da saúde, está na diferença em que isso vai fazer entre a vida e morte. “Este treinamento irá mudar a vida das pessoas em Macaé. As pessoas que corriam risco de morrer num traumatismo, hoje é assegurado para ela atendimento de primeiro mundo”, falou.

O diretor superintendente do HPM, Aluízio dos Santos Júnior, lembrou que a instituição já realiza diversos cursos de qualificação para os profissionais da área. A criação do Centro de Telemedicina e Educação Continuada reforça os trabalhos científicos do Centro de Estudos Dr. Manoel Losada.

Steinman também ressaltou que devido à peculiaridade do município com relação à área offshore, o curso foca a questão do atendimento de telemedicina, onde são oferecidos recursos para quem está nas plataformas poder transmitir os dados do paciente para os profissionais do HPM, que irão oferecer atendimento a longa distância em tempo real.

Ele disse ainda que quando se fala em acidente e traumatismo existe um risco de vida eminente quando este indivíduo é atendido. A chance do paciente morrer depende muito de quem está prestando o atendimento, seja o médico, o pára-médico ou o enfermeiro. O acidentado depende da capacitação desses profissionais.

- Trabalhos de vários autores estimam que a chance de uma pessoa do terceiro mundo morrer do mesmo acidente é seis vezes maior do que a do primeiro mundo. Isso se deve não porque eles são melhores que nós, e sim mais treinados, revelou o Milton Steinman, dizendo está maravilhado com a estrutura hospitalar montada em Macaé.

Durante o curso, os médicos foram divididos em quatro grupos para estudar cada uma das simulações montadas com robôs nas quatro situações apresentadas: uma vítima de facadas, outra politraumatizada, a terceira com queimaduras e, por fim a montagem da tenda de descontaminação química e biológica.