O Centro de Estudos Cláudio Ulpiano (CCLULP) termina, nesta quinta-feira (11), às 19h, o seu Ciclo de palestras "Filosofia e Cinema", iniciado no mês de abril, em parceria com a secretaria executiva de Acervo e Patrimônio Histórico (Semaph), no Solar dos Mellos. O encerramento será com o "Filme de Amor", do cineasta brasileiro Júlio Bressane ― premiado no 36º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 2003, nas categorias de melhor filme, melhor fotografia e melhor trilha sonora. A entrada é gratuita e está aberta ao público.
"Filme de Amor", previsto como programação do Dia dos Namorados, no mês de junho, chega como parte da comemoração de Natal do Centro de Estudos Cláudio Ulpiano, apresentado pelo coordenador do curso de Cinema da Faculdade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, professor Cláudio da Costa, que proferirá a palestra intitulada "Júlio Bressane – Quase Cinema". Cláudio da Costa, antigo aluno de Cláudio Ulpiano, é ainda professor titular do Instituto de Artes da Uerj e autor do livro "Cinema Brasileiro Anos 60/70 – oscilação e simulacro", publicado pela editora 7 letras.
A sede do CCLULP em Macaé foi inaugurada, dia 19 de junho, na Rua Marechal Deodoro, 306, sala 101 do Edifício Aimée Borges Chaloub, Centro. No entanto, as atividades começaram, no dia 10 de abril, com o Ciclo de palestras "Filosofia e Cinema" em parceria com a secretaria executiva de Acervo e Patrimônio Histórico (Semaph). Os interessados em Filosofia e Arte podem fazer pesquisas, através do site www.claudioulpiano.org.br.
O ciclo "Filosofia e Cinema" foi apresentação de um conjunto de filmes e palestras ministradas por antigos alunos do filósofo macaense Cláudio Ulpiano. O evento foi realizado toda segunda quinta-feira do mês. Foram apresentados os filmes: A Casa das Bonecas – de Joseph Losey (1972); Cidade dos Sonhos – David Lynch (2001); O Ano Passado em Marienbad – Alain Resnais (1961); Glória – John Cassavetes (1980); Terra em Transe – Glauber Rocha (1967); Morte em Veneza – Luchino Visconti (1971); e A Dama de Shangai – Orson Welles (1947). Júlio Bressane acaba de receber o Troféu Abelardo Abelin – como reconhecimento pelo seu trabalho, na última edição do Festival de Cinema de Gramado, em agosto de 2008", informou a presidente do CCLULP, Silvia Ulpiano.
Para o palestrante Cláudio Costa, Júlio Bressane é considerado como um dos mais importantes cariocas a integrar o chamado Cinema Marginal. Ele filmou algumas pérolas do cinema brasileiro como: “Matou a Família e Foi ao Cinema”, “São Jerônimo”, e recentemente, “Cleópatra”. “Filme de Amor”, trigésimo filme de Júlio Bressane, lançado em 2003, coloca em cena o mito das três "graças": o Amor, a Beleza e o Prazer, com duas mulheres e um homem. Essas três "graças" se propõem um inusitado intervalo em suas vidas de cotidiano medíocre, para vivenciarem momentos de estranha transcendência, misturando a liberdade devassa do prazer físico e a alegria intelectual da paixão poética.
"Bressane torce o mito original que contava com três mulheres, Tália, Abgail e Eufrosina, escalando, em sua encenação, um homem. O cineasta leva em conta os "novos tempos híbridos e heterogêneos". No filme de Bressane, as três figuras míticas encarnam os personagens Hilda, Matilda e Gaspar. As atrizes Bel Garcia e Josie Antello e ator Fernando Eiras são fotografados pela lente de Walter Carvalho.
Em “Filme de Amor”, as mulheres têm presença marcante também na ficha técnica: Rosa Dias no roteiro com Bressane; Lúcia Fares na produção com Tarcísio Vidigal; Daniela Arantes na produção executiva; Virgínia Flores na montagem; Moa Bastsow na direção de arte; e Helen Milliet no figurino", explica Cláudio Costa.