O Solar dos Mellos abre espaço nesta quinta-feira (12), às 19h, para mais uma edição do projeto Ciclo de Palestras Filosofia e Cinema. Para comemorar o Dia dos Namorados, o Centro de Estudos Claudio Ulpiano e a Secretaria Municipal de Acervo e Patrimônio Histórico (Semaph) trazem uma programação especial para o público com a exibição de “Filme de Amor”, de Julio Bressane. Haverá também a palestra “Julio Bressane: Quase Cinema”, com apresentação de Cláudio Costa, professor do Instituto de Artes da UERJ e coordenador do Curso de Cinema da Universidade Estácio de Sá.
O acesso é livre para ambas as atividades.
“Filme de Amor” é baseado no mito das três graças: Tália, Abigail e Eufrosina que, projetadas pela deusa Vênus, simbolizavam a beleza, o prazer e o amor. Para assumir o papel dessa tríade mitológica, uma outra é escalada. Hilda, Matilda e Gaspar se encontram em um quarto sujo, na periferia de alguma cidade, para protagonizarem uma experiência sensorial invejável até mesmo para o inventor do LSD, Timothy Leary.
“Entre quatro paredes tudo é permitido”, já dizia o velho ditado popular. Julio Bressane parece levar ao pé da letra tal frase e brinda ao espectador com possibilidades inesgotáveis de beleza, prazer e amor. O que é mais belo senão o ser humano despido de amarras moralizantes e preocupado apenas em sê-lo na sua totalidade? O que seria mais prazeroso, do que explorar o seu próprio corpo e o de outrem em uma extensão de si mesmo? O que poderia então ser mais belo, do que unir a essa experiência as mais belas palavras e idéias que somente os seres humanos puderam tornar contíguas em uma forma única: o conhecimento?
“Filme de Amor” evoca nossa origem, une a mais vã filosofia acerca da essência humana em um emaranhado de sentidos. Transporta da película, diretamente para o espectador passivo, toda a atividade do existir. Necessariamente, ressalta todas as possibilidades sensoriais que esta arte, apesar de nova, tem a nos oferecer. É a superação do se fazer cinema. O filme propõe uma reflexão hedonista da arte. Chega a ser uma poesia visual-auditiva que usa de signos pornográficos para se fazer atual e marcante. Mescla todas as referências sensoriais que possuímos. É pretensioso, belo e impactante e tenta de alguma forma conceituar o amor de uma maneira que somente Julio Bressane poderia fazer.
Ficha Técnica:
Título Original: Filme de Amor
Diretor: Júlio Bressane
Tempo de Duração: 116 min.
Ano de Lançamento (Brasil): 2003