Macaé continua discutindo cidadania com cerca de 400 professores de sétima e oitava séries e do Ensino Médio da rede municipal de nove escolas situadas nos Setores Administrativos, inscritos no Projeto “Educando na Cidadania”. A iniciativa é da prefeitura de Macaé, através do Programa Macaé Cidadão, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação.
Na última quinta-feira, no Auditório da Funemac, aconteceu o II Encontro Temático, com o tema Educação e Cidadania. O encontro teve palestra com o professor José Eustáquio Romão, fundador e diretor do Instituto Paulo Freire e professor no Curso de Pós-Graduação em Educação, no Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (MG) e Centro Universitário Nove de Julho (SP).
Recepcionando os participantes, a coordenadora geral do Programa Macaé Cidadão, Amélia Augusta Guedes, ressaltou a reação positiva dos macaenses ao projeto, através dos cumprimentos que o Macaé Cidadão recebeu durante toda a semana de pessoas da comunidade, secretários municipais e diretores de escolas. O programa foi parabenizado por ter escolhido essa forma de abordar o tema cidadania, realizando os Encontros Temáticos com os professores, trazendo profissionais atualizados para debater o assunto, antes de iniciar o projeto nas escolas e comunidades.
Para a pedagoga e psicopedagoga da Secretaria Municipal de Educação, Rose Mary Tomaz de Souza, os assuntos abordados nos “Encontros Temáticos” estão indo de encontro às necessidades do educador macaense. “A reflexão sobre cidadania amplia a nossa formação, fazendo chegar até a Escola e aluno o seu direito máximo que é a acessibilidade à Educação, Saúde, enfim, a tudo o que pode e deve ser oferecido pela Sociedade”, disse Rose Mary.
A palestra do professor José Eustáquio Romão foi acompanhada com muita atenção pelos professores participantes, dado à sua atualidade e importância. O professor abordou o tema “Escola Cidadã no século XXI”, que foi proposto pelo Instituto Paulo Freire em 1994 e que defendia uma escola estatal quanto ao financiamento, comunitária quanto à gestão e pública quanto à destinação, colocando em pauta uma discussão: público versus privado. O projeto gerou polêmicas, desconfiança e resistências, mas acabou por se consagrar numa razoável literatura pedagógica produzida pelo pensamento pedagógico progressista brasileiro.
O professor discutiu as novas versões dos projetos político-pedagógicos apresentados como necessários às formações sociais do século XXI à luz da perspectiva freudiana, para a qual a escola cidadão tem de se preocupar é com o aprender a aprender, ou, com o re-aprender a aprender e também fez uma análise do Relatório Jaques Delors, resultante dos trabalhos da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, da UNESCO, cuja versão brasileira foi publicada sob o título “Educação- um tesouro a descobrir”, de 1998, entre outros assuntos concernentes ao tema Educação e Cidadania.
Na próxima quinta-feira, 16 de junho, acontecerá o III Encontro Temático, com o tema Educação e Sustentabilidade, em local e horário a serem ainda divulgados.