Preocupada com os efeitos colaterais de um súbito desenvolvimento provocado pelas indústrias do petróleo e gás, a cidade de Caraguatatuba no litoral norte de São Paulo, quer conhecer de perto os problemas que Macaé enfrenta e os projetos que o município implementa para resolvê-los.
Em visita recente à cidade paulista, o secretário municipal de Meio Ambiente, Fernando Marcelo Tavares, foi recebido pelo prefeito da cidade, José Pereira de Aguilar (PSDB) e pelo secretário de Meio Ambiente, Auracy Mansano, que reiteraram o desejo de formar uma comitiva de Caraguatatuba para conhecer Macaé de perto e ouvir o prefeito Riverton Mussi. O encontro está sendo agendado para o mês de fevereiro.
Vivendo do turismo e com cerca de 80 mil habitantes, Caraguatatuba é um dos novos municípios que estão recebendo investimentos da Petrobras, sediando uma base de gás natural geradora de 19 mil empregos durante a construção e cerca de 8 mil na fase operacional. A base fará o tratamento de gás extraído do Campo de Mexilhão, na Bacia de Santos, atrás da Ilha Bela, que possui cerca de 420 bilhões de metros cúbicos de gás natural de boa qualidade. Há a preocupação da inserção da população local no mercado de trabalho, que não possui qualificação específica para o setor, e também com um possível aumento do fluxo migratório de desempregados para o município, a exemplo do que ocorre em Macaé.
Na visita, o secretário de Meio Ambiente local disponibilizou a Fernando Marcelo o projeto de zoneamento ecológico/econômico do município e o plano de gerenciamento costeiro de Caraguatatuba – um dos primeiros do litoral de São Paulo. Em troca, o secretário de Meio Ambiente de Macaé expôs o plano de controle de fluxo migratório, discutido e aprovado em Conferência Municipal, e em vias de implantação em Macaé. Outra experiência importante relatada pelo prefeito de Caraguatatuba, é o projeto de recuperação e reintegração social da população de rua da cidade, um grave problema que assola a maioria das metrópoles e cidades emergentes do país.