Foto: Divulgação
Filme fecha programação de agosto
No próximo sábado (28), às 16h, o Cine Semaph vai apresentar de maneira gratuita o filme ‘Hulk, como nasceu a fera’, de 1977. Durante todo o mês de agosto, foram mostradas obras cinematográficas antológicas baseadas em histórias em quadrinhos, uma exibição de aventuras inspiradas pelos autores para Asterix, Akira e Batman. Desta vez, um filme feito como produto para a TV americana (Hulk), que acabou sendo o primeiro passo para a realização de dois longas, poderá ser visto no Solar dos Mellos.
De acordo com o coordenador do Cine Semaph, o cinéfilo Leonardo Saleh, o personagem alcançou muito sucesso na TV. “Mais que o personagem, a série e os filmes - que dispunham de poucos recursos para realização das cenas em que o monstro aparecia e de sua transformação - tinham sempre uma boa trama e eram muito bem escritas”, comenta.
O drama do personagem, que busca sua cura e absolvição de um crime que não cometeu, dão o tom certo ao drama que percorreu a série, tornando-a uma das mais marcantes da TV em diversos países.
- Houve, assim, grande popularização do gigante esmeralda. Este filme deve ser visto por quem curtiu a série, mas nunca teve a chance de ver o filme que deu origem à série e ao monstro, no qual foram tiradas as cenas que abriam todos os episódios da série televisiva. Um filme ideal também para quem apenas teve contato com Hulks modernos e computadorizados - salienta o coordenador do Cine Semaph.
Análise Cinematográfica do filme
Segundo o cinéfilo Leonardo Saleh, o filme traz a utilização da câmera lenta nos planos de ação do monstro que quando vai destruir alguma coisa ou salvar alguém, o personagem tem mais dramaticidade. Seu nível de potência sobrenatural é muito carregado.
- Outro recurso de câmera interessante muito utilizado, são os planos que focam os detalhes do Dr. David Banner. Isso se dá principalmente nos momentos que antecedem as transformações, também como recurso dramático que nos prepara para a esperada cena da mutação. Isso ainda somado à famosa trilha de suspense que ajudou a eternizar a série - explica Saleh.
Ele acrescenta ainda que o nome do cientista que se transforma no Hulk, no filme e na série referidos, é conhecido como David Banner, e nos quadrinhos o nome era Bruce Banner. “Essa é uma das muitas licenças que a série pedia ao mundo dos quadrinhos, de quem o filme e posteriormente a série, procurariam se distanciar, faltando alguns personagens presentes nas histórias em quadrinhos e agregando outros de valores bem secundários, deixando a atenção e o drama apenas para o cientista e seu monstro verde", avalia.
- E isso funcionou muito bem. A série tinha uma influência muito grande de uma sequência de filmes muito famosa, mas já extinta naquela época, na rede de TV norte-americana: ‘O Fugitivo’, exibida entre 1963 e 1967, com o ator Richard Kimble. Nela, um homem passava o filme inteiro fugindo da polícia, por um crime (a morte de sua esposa) que não tinha cometido – lembra.
Saleh comenta que: “tamanha foi a influência da série de 1978, que no filme longa-metragem "Hulk", de 2003, feito por Ang Lee, traz muitas referências de seus elementos. Uma delas é a participação especial de Lou Ferrigno, ator que fazia o monstro, no filme de 77 e na série.
- No filme de Ang Lee, Ferrigno faz um dos seguranças do laboratório de Bruce Banner e tem um rápido diálogo com outro segurança mais velhinho, interpretado por Stan Lee, escritor que criou o personagem Hulk. Outra referência é a utilização do personagem "David” Banner, aqui, no caso, como o pai de Bruce Banner, que trabalha infiltrado no laboratório do filho, como faxineiro, função que, aliás, David Banner da série executava, quando tinha de viver escondido da polícia – finaliza.