A sexta edição do projeto “Educação e Esporte na Praça da Barra” mais uma vez foi um sucesso. O evento foi realizado na Praça Mirante dos Navegantes na noite desta quarta-feira (9), e faz parte da proposta de integração, inclusão social, digital e serviços de utilidade pública para os moradores do bairro. O projeto é uma realização do gabinete da vice-prefeita Marilena Garcia, com a participação das secretarias de Educação, Meio Ambiente, Iluminação, Ordem Pública, Mobilidade Urbana, Agricultura e Abastecimento e Fundação de Esporte e Turismo.
A maior atração da noite foi a exibição de curtas metragens nacionais selecionados especialmente para o evento. Através do site, Porta Curtas, patrocinado pela Petrobras, foram selecionadas várias produções nacionais famosas no mundo acadêmico, mas desconhecidas do grande público, que ficou fascinado com a qualidade do que está sendo produzido hoje pelos profissionais de cinema.
Foi apresentado durante a feira o curta-metragem “Ilhas das Flores” produzido em 1989 pelo cineasta Jorge Furtado e que é considerado mundialmente como um dos filmes mais importantes já feitos em todos os tempos. O documentário emocionou a diarista Elyonara Lemos, que disse ter se impressionado com a produção. “A gente ri muito do filme, mas fica revoltado quando ele mostra como pessoas pobres são tratadas ainda”, comenta.
Desde que foi criado, o rendimento dos artesões locais teve um acréscimo de 30%. Por ser um evento mensal e com saldo positivo para a comunidade, os vendedores buscam agora mais edições do projeto. Segundo a coordenadora da Escola de Qualificação, Kátia Angeloff, o evento vem sendo um sucesso e está contando com um apoio massivo da comunidade da Barra de Macaé. “Já é uma coisa certa no calendário do bairro e o comparecimento tem sido cada vez maior”, informa.
Para a diretora da Revista Visão, Bernadete Vasconcelos, a feira é um exemplo de como a comunidade sabe aproveitar as oportunidades criadas e elogiou a qualidade dos trabalhos das artesãs. “Os produtos não devem nada ao que encontramos em Cabo Frio, Búzios ou mesmo o Rio de Janeiro”, afirma.
Já a especialista em direitos humanos, Rita Ippolito, se surpreendeu com a garra das artesãs que conseguem se sustentar e as suas famílias sozinhas com os produtos vendidos na feira. “É uma iniciativa fantástica. A valorização das artesãs e o resgate da auto-estima dessas mulheres batalhadoras. Torço muito para que esse movimento cresça e outras cidades copiem”, destaca.
Para a artesã Marcia Teixeira Cortez, o evento é fundamental para manter a renda em casa. Com o marido desempregado, ela arca sozinha com as despesas da casa somente com a venda de artesanato que inclui bonecos de pano, prendedores de toalhas feitos com material reciclado e frutas feitas de tecido e enchimento. Para isso, ela conta com a ajuda da filha, Marta Mara Neves, que ajuda nas atividades. “Faço artesanato há mais de quatro anos. Aprendi na Escola de Qualificação para o trabalho em Imbetiba e depois fui me reciclando com a ajuda de revistas”, conta.
Outra artesã que se destaca na feira é Maria da Conceição Pereira que trabalha com biscuit fazendo belos potes de plástico para guardar mantimentos e biscoitos. “É a minha primeira vez na feira e estou gostando muito. Por enquanto ainda tenho que complementar a renda fazendo faxinas, mas estou me dedicando cada vez mais ao artesanato”, explica Maria que também aprendeu o ofício na Escola de Qualificação de Trabalho.
Desde que foi criado, em maio de 2010, o projeto conseguiu atender o objetivo inicial de levar a comunidade a ocupar as praças municipais, seja por meio de atividades esportivas, educativas ou de lazer. Com o apoio da Escola de Qualificação, da Secretaria de Educação, foi possível unir ainda artesãs da Barra e outras localidades para realização de uma feira de artesanato, considerada hoje uma das principais atrações do projeto.