O trabalho de Direitos Humanos desenvolvido pelo Colégio Aplicação (CAp) com seus alunos está entre os finalistas do Prêmio Nacional de Direitos Humanos. A Premiação será realizada dia 17 de dezembro, em Brasília. A unidade está concorrendo na categoria “A Educação em Direitos Humanos na Escola”.
De acordo com o Secretário de Educação, José Augusto Abreu Aguiar, é um grande orgulho para o município que a escola esteja entre as finalistas. “Trata-se de uma escola municipal, nova e que tem se destacado pela excelente qualidade do ensino. Parabenizo os professores, alunos e direção pelo trabalho que vêm desenvolvendo”, ressaltou.
A diretora do Cap, Wanessa Leal de Lima Ribeiro destacou a importância do reconhecimento: “Fomos selecionados entre projetos de todo o país. Mesmo que não fiquemos em primeiro, é motivo de muito orgulho estarmos entre os finalistas”, comemorou.
Segundo o professor de Sociologia, Paulo Henrique Dantas, um dos responsáveis pelo programa de Direitos Humanos da escola, o trabalho vem sendo desenvolvido desde 2010 na unidade com grande participação e interesse dos alunos.
- A escola tinha a proposta de realizar disciplinas eletivas no contra turno e resolvemos ofertar disciplinas de Direitos Humanos. O projeto cresceu e virou um programa, que é dividido em três eixos. O primeiro é o estudo sistemático dos Direitos Universais, baseado no documento da Organização das Nações Unidas (ONU), que é realizado durante as disciplinas regulares. O segundo eixo é a oferta de disciplinas eletivas centradas na temática da diversidade sexual e relações de gênero. E o terceiro é a realização de palestras com ativistas de direitos humanos - explicou.
A primeira etapa do prêmio foi a seleção de projetos. Uma vez selecionado, o Cap recebeu um representante da Comissão Ibero-americana de Direitos Humanos para conferir a aplicação do projeto. Os ganhadores receberão prêmios de 15 mil reais (1º lugar) e 5 mil reais (2º lugar). “Se ganharmos, queremos trabalhar a realização de documentários e utilizaremos os recursos para a compra de uma filmadora. Dependendo do prêmio, também gostaríamos de montar uma biblioteca de direitos humanos na escola”, explicou Paulo Henrique Dantas.
O professor ressalta os resultados positivos do programa no dia-a-dia da escola. “As turmas tem limite de 15 alunos e muitos voltam a fazer a aula no ano seguinte. Percebemos os avanços no cotidiano, através dos comentários, escolha de termos politicamente corretos. O colégio, como um todo, tem preocupação de trabalhar a temática de forma mais genérica. Por exemplo, nas redações, os argumentos utilizados não podem ferir os Direitos Humanos e isso, com certeza, tem tido uma influência muito positiva nos alunos”, comentou.
A estudante do 2º ano, Jéssica de Souza Barcelos, de 16 anos, concorda. “Quando entrei tinha uma visão conservadora e vi que é responsabilidade nossa respeitar as diferenças. No tema homossexualismo tivemos uma atividade que consistia em pegar exemplo de pessoas e fazer entrevistas sobre como encaixam, se sofrem preconceitos e quais são eles, entre outros. Acredito que foi fundamental e me ajudou a reconhecer e respeitar as diferenças. Vi que as pessoas têm o direito de escolher o que querem fazer com suas vidas”, lembrou.
Já a estudante do 2º ano Larissa Gonçalves Balbino da Costa, de 17 anos destacou a participação no Prêmio. “Acho interessante perceber que, apesar de ser uma cidade pequena, está tendo uma repercussão nacional. Não conheço escolas que tenham projeto como o nosso. Inclusive, outras escolas já vieram nos visitar e conhecer. Espero que inspire a fazer trabalhos parecidos com os nossos”, concluiu.
O Prêmio está sendo organizado pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (MEC/SECADI), em conjunto com a Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), sob a coordenação da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), com o apoio do CONSED e da UNDIME e patrocínio da Fundação SM. O objetivo é identificar e valorizar experiências educacionais significativas para a promoção de uma cultura de direitos humanos, envolvendo o conhecimento e a defesa dos direitos fundamentais, atividades de respeito às diversidades e de práticas democráticas no ambiente educacional.