A primeira iniciativa brasileira de pequenas e médias empresas do setor de petróleo e gás voltada para o mercado de exportação, está acontecendo em Macaé. Através da criação da Associação Macaense de Empresas de Petróleo (Amep), empresários macaenses estão se lançado no mercado angolano com o objetivo de criar uma estrutura de comércio de serviços e materiais para aquele país. Esta iniciativa é o resultado da viagem que o prefeito de Macaé, Riverton Mussi, fez a Angola, acompanhado de secretários e de uma comitiva de empresários.
Em reunião nesta quarta-feira (21), com o coordenador de Comércio Exterior, Adolpho Moura, esse grupo de empreendedores macaenses deu o ponto de partida oficial da Amep. Durante a visita do prefeito a Luanda, capital de Angola, em setembro, a missão empresarial foi recebida por ministros de estado angolanos e visitou 18 empresas naquele país. Desses encontros surgiu o interesse de Angola e o município de Macaé estreitarem laços com o objetivo de firmar parcerias, entre elas, a prestação de serviços na área de petróleo e gás.
- Essa iniciativa é pioneira no Brasil. O prefeito está empenhado no desenvolvimento do município. Para isso solicitou à Coordenadoria de Comércio Exterior que agisse para criar uma estrutura internacional para Macaé – explicou Adolpho Moura, que acompanhou o prefeito, juntamente com o secretário de Ciência e Tecnologia, Guilherme Jordan, na viagem a Angola.
O sucesso da visita a Angola, segundo Moura, extrapolou o que foi apresentado em termos de negócios. Em recente almoço na Câmara de Comércio, o coordenador ouviu do representante da embaixada angolana, Sr. Agostinho, uma demonstração do apoio que Macaé está recebendo daquele país. “Em janeiro, o embaixador angolano no Brasil, Alberto Corrêa Neto, deverá vir a Macaé”, informou.
No mesmo mês, alguns empresários macaenses irão a Angola. “A idéia é formatar uma coisa mais concreta para a instalação de empresas juntamente com sócios angolanos. A associação vai permitir que as empresas de Macaé possam fazer parte desse mercado”, explicou o empresário Evandro Esteves, da Polar Materiais Elétricos.
Só no final desse ano, o município recebeu três delegações de Angola: uma da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) e duas da Província de Cabinda e Soyo. No começo de 2006, mais uma delegação de Cabinda acompanhada do ministro-presidente da Agência Nacional de Investimento Privado (Anip), Carlos Antônio, virá a Macaé.
- Angola tem muitas similaridades com o Brasil: na cultural, língua portuguesa e na exploração de petróleo em direção a águas ultra-profundas. Vimos pessoalmente a admiração que os angolanos têm pelo nosso povo quando fomos recebidos com a melhor hospitalidade possível. O mercado angolano é atraente. Temos potencial e experiência que o mercado de Angola precisa e busca. Essa parceria irá possibilitar a troca de experiências de desenvolvimento econômico e social para os poderes públicos – explicou Alexandre Scherman, da Veirano Advogados que está elaborando o estatuto da Amep.
Macaé vai disponibilizar tecnologia e treinamento para os angolanos que poderão ser utilizados nas empresas que se instalarão em Angola. “Estamos elaborando um plano de negócios. Angola tem necessidades urgentes e urgentíssimas, e está em franco desenvolvimento. Pelo nosso tino empresarial, temos certeza que o retorno será garantido dentro de um prazo razoável”, explicou Mário Wilson da Alphatec.