Foto: Moisés Bruno
Conceição Evaristo é um dos principais nomes mundiais na luta da igualdade racial e usa sua arte para difundir literatura contra racismo
Destaque nacional e internacional por sua obra, a contista, poeta, romancista e teórica de estudos literários e afro-brasileiros, Conceição Evaristo conduziu nesta quarta-feira (8) a explanação "Narrativas Ancestrais: a Afrobrasilidade da Literatura Contemporânea", mediado pela secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Zoraia Braz. A programação faz parte do Festival de Literatura e Cultura de Macaé (Flicmac), promovido no Parque de Exposições até sábado (11).
Dando um verdadeiro show de conhecimento, sabedoria, literatura e história, Conceição Evaristo falou da alegria de estar em Macaé.
- Que bom poder falar de literatura, ao falar de literatura, profundamente ligada à vida, acabo falando de racismo, de injustiça social, de esperança - disse Conceição.
“Um princípio comum nas filosofias africanas é não se entregar aos problemas, às dificuldades que a vida coloca às pessoas”, afirmou.
“Ele não sabia que não se entregar ao sofrimento era uma maneira de sofrimento. Daí surgiu o estereótipo de que negro não sente dor, não tem sentimento”, ensinou.
“Nós estamos aqui em torno da festa do livro, da festa da literatura, cada vez mais as partes populares se tornam desejosas pelo objeto livro. Temos direito de nos apoderar da escrita”, comentou.
“é fundamental porque através do texto literário temos oportunidade de nos humanizar e nos colocar no lugar do outro”, definiu.
“Quero parabenizar a cidade de Macaé porque as crianças terão o prazer de estar aqui e muitas pela primeira vez de levar o livro pra casa”, apontou Conceição, que acaba de lançar “Canção para Ninar Menino Grande”.
“Muito bom quando você se referiu ao livro da comunidade de Nova Esperança”, observou Conceição.
“Conceição, você fala do protagonismo das mulheres e gostaria de saber se a partir das mulheres da sua família você escreve sobre o assunto”, questionou Zoraia.
“Não só as mulheres da minha família, mas no geral as mulheres das classes populares tiveram grande participação na minha vida”, pontuou a contista.
“Hoje mais do que nunca, precisamos fortalecer nossas raízes, é importante resgatar nossas histórias e a prática da leitura”, destacou.