Foto: Ana Chaffin
Espetáculo durou cerca de uma hora e meia.
Em vez de tendas de artesanato, o pátio do prédio, em estilo clássico, da Sociedade Musical Nova Aurora, chamou a atenção na noite deste sábado (8) com o concerto que marcou os 140 anos da banda sinfônica, com apoio da prefeitura. O espetáculo, com quase uma hora e meia de duração, foi aberto ao público que, logo após os parabéns, tocado no melhor estilo clássico, foi convidado para dividir o bolo do aniversário histórico.
A estrutura de palco, iluminação e cadeiras para o público foi cedida pela Secretaria Municipal de Governo. Na abertura, às 19h, como é tradição, a banda, que se apresentou completa, com 40 músicos, tocou os hinos do Brasil e de Macaé, e engrenou no primeiro bloco com trilhas sonoras de filmes famosos, como “Os Incríveis”, “A Máscara de Zorro”, e outros.
Mostrando o repertório eclético, logo em seguida teve o bloco que não pode faltar, só com músicas brasileiras, com os instrumentos dedicados e afinados a emocionar o público com clássicos como “Maria, Maria”, de Mílton Nascimento, e “Samba do Avião”, de Tom Jobim, que encerrou o concerto. A plateia, animada, cantava junto alguns trechos como desta última, uma homenagem ao Rio de Janeiro: “Rio, você foi feito pra mim. Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara. Este samba é só porque Rio, eu gosto de você”. Um dos momentos em que a plateia mais se emocionou foi quando os músicos tocaram “Imagine”, de John Lennon. Foram 11 músicas no total, incluindo também canções de Frank Sinatra e Bon Jovi.
“Lembrei da minha adolescência. Foi uma viagem ao som dessa banda que é simplesmente incrível”, disse a dona de casa Beatriz Fontenelli Castro, 44 anos.
Dos prédios em volta, muitos moradores abriram as janelas para ver a banda tocar. Quem passava e se deparava com o concerto, bem ali, no coração do Centro da cidade, parava para assistir um pouco, a pé, de bicicleta ou até de carro. O espaço foi pequeno para abrigar tanta gente. Muitos tiveram de assistir ao espetáculo em pé, mas ninguém reclamou. Afinal, quem chegou cedo, encontrou cadeiras para se acomodar bem. O tempo também contribuiu para o resultado do show com céu limpo e temperatura agradável.
Para chegar até o salão onde estava o bolo, o público passou por dentro do prédio, onde fica a Igreja Nova Aurora, que recebeu todos com um extenso tapete vermelho. “Estou muito emocionada. Casei-me nesta igreja em 1974, sou muito feliz com o meu marido até hoje (Edgard Figueira da Silva) e temos duas filhas – uma dentista e outra cursando arquitetura. Só tenho ótimas lembranças da Nova Aurora e não poderia deixar de estar aqui hoje”, disse a comerciante Selma Celestina da Silva.
João Reginaldo Bento, 53 anos, contou que viu pela primeira vez a Nova Aurora no Encontro de Orquestras, organizado pela prefeitura em maio último, no Parque da Cidade, e virou um admirador. “Agora, onde souber que a banda está, ali estarei”, acrescentou.
Um pouco da história
A Sociedade Musical Nova Aurora foi fundada no dia 8 de junho de 1873 e é a pioneira na cidade. O prédio fica na esquina no calçadão da Avenida Rui Barbosa com Rua Euzébio de Queiroz.
O atual presidente e maestro da banda, Hélio Márcio Rodrigues, destacou os novos arranjos do Hino de Macaé: “A Nova Aurora é um dos maiores patrimônios culturais da cidade e é sempre muito importante a participação da comunidade. Além das músicas que tocamos, o público presente ouviu a primeira apresentação do Hino de Macaé com o novo arranjo do músico Bruno Py, diretor da Escola Municipal de Artes Maria José Guedes”.
Pouco antes do concerto, a nova diretoria da Sociedade Musical Nova Aurora tomou posse. A nova gestão pretende modernizar a Sociedade e buscar patrocínios. Além disso, a meta é participar de editais de cultura a fim de conseguir recursos para ampliar as atividades.
Quem quiser aprender a tocar algum instrumento musical, a Nova Aurora oferece aulas teóricas e práticas de sopro e percussão sinfônica como flauta, clarineta, oboé, clarone, saxofone, trompa, trompete, trombone, tuba, xilofone e vibrafone. Lá não tem instrumento de corda, como violino, por exemplo, uma das diferenças da banda sinfônica em relação a uma orquestra.
