Historiadores, filósofos, antropólogos, sociólogos e psicólogos estiveram reunidos no IV Congresso Latino Americano de Ciências Sociais e Humanidades: Imagens da Morte. O evento foi realizado na Universidade Salgado de Oliveira (Universo), no centro de Niterói, no final do mês passado. Marcaram presença no encontro os historiadores da subsecretaria de Acervo e Patrimônio Histórico da prefeitura de Macaé (Semaph), Conceição Franco, Bruno de Azevedo e Alice Tavares.
- Foi um encontro acadêmico e interdisciplinar, voltado para uma ampla discussão da temática da morte latino-americana, em suas diferentes disciplinas, abordagens e temporalidades – conta a historiadora Conceição Franco.
Além de participar do IV Congresso por meio de palestras, o grupo macaense também colaborou na organização do evento, que teve a participação de 160 pesquisadores, apresentando 115 trabalhos. Destes participantes, 43 foram do Brasil, 30 da Argentina, 22 do México, 8 da Colômbia e outros 22 provenientes do Chile, de Cuba, Espanha, Itália, Peru, Porto Rico, Portugal e Venezuela.
De acordo com a historiadora de Macaé, Conceição Franco, sua palestra abordou o tema: “Morte, sepultura e túmulos na construção da memória no município de Macaé (1855 e 1910)”. “Fiz uma análise como a morte, o cemitério e três sepulturas se tornaram elementos significativos de construção da memória macaense nos períodos de 1855 e 1910”, explica ela.
Conceição acrescenta que: “a partir da morte e sepultura de Manoel da Motta Coqueiro (1855) e dos assassinatos e túmulos de Argeo Victor Hugo Brazil e Honório Souza (ambos em 1910), examinou o modo pelo qual a morte, os cemitérios onde as respectivas sepulturas estão situadas se constituíram como fatores substanciais para a construção de memórias, esquecimentos e silêncios”.
A historiadora acrescentou que sua palestra mostrou que ao longo dessa análise, as diferentes memórias construídas a partir desses objetos de estudo do passado macaense foram alvo de diversas profusões e reconstruções ao longo do tempo.
IV Congresso
O professor doutor Titus Riedl, da Universidade Estadual de Cariri (CE), mostrou no IV Congresso, assuntos referentes à imagem da morte na fotografia brasileira, enquanto que a professora Maria Elizia Borges, da Universidade Federal de Goiás, tratou de temas sobre a arte funerária na América Latina.
Já a arqueóloga americana, Della Collins Coock, ministrou estudos e palestras a respeito das práticas mortuárias afro-americanas. “Foram cinco dias de debates, discussões, análises, reflexões e críticas sobre diversos pontos de vista, baseados em pesquisas, que colaboraram para elevar o nível em termos de conhecimentos dos profissionais participantes do congresso”, completa Conceição.
Seu estudo dos cemitérios macaenses foram referenciados no livro Estudos Cemiteriais do Brasil, da professora Maria Elizia Borges.