Rede municipal de ensino leva para a sala de aula valorização da Cultura Afro
Apesar de novembro ser considerado o mês da Consciência Negra, as relações raciais e o respeito à diversidade nas salas de aula das escolas municipais de Macaé vem sendo abordadas durante todo o ano, desde o Ensino Fundamental até o ensino superior.
- A conscientização e valorização da cultura-afro é debatida em todos os segmentos de ensino, promovendo a valorização da nossa cultura e fortalecendo os valores sociais e culturais do nosso município e do país, disse o secretário de Educação, Guto Garcia, declarou.
Desde 2009, a Secretaria de Educação ampliou a discussão e os projetos pedagógicos que privilegiem a igualdade racial. Com a aprovação da Lei número 10.639, é obrigatório o ensino de história da África e da cultura afro-brasileira em todas as escolas de Ensino Fundamental e Médio. O município ainda contribui para ampliar a promoção do tema com a criação da semana da Consciência Negra, um projeto da então vereadora e hoje vice-prefeita Marilena Garcia.
Para ajudar a professores e educadores a se adequar, foram criados diferentes mecanismos de capacitação e qualificação gratuitos que possibilitaram o aperfeiçoamento do profissional de ensino.
- Além de parte dos professores buscarem por conta própria esta especialização, oferecemos também uma pós graduação sobre a cultura afro e qualificação para oficineiros e monitores professores das escolas, disse o secretário.
Professores da rede comentam que as turmas com o decorrer do ano vão revendo suas ações e visões sobre a cultura afro o que contribui positivamente para modificar o relacionamento entre os alunos nas escolas. Segundo o professor Almir Júnior, a discriminação afeta a auto-estima do estudante.
- Isso se reflete no aprendizado e em alguns casos é responsável pela evasão do aluno. Promover na rede esse tipo de iniciativa demonstra a preocupação de nossos diretores e professores em tornar a escola um ambiente de respeito e diversidade, relatou.
Uma rede de ensino igualitária e sem discriminação racial. Essa é a meta do Programa de Cultura da África, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação de Macaé, através da Subsecretaria da Cultura, Esporte, Saúde, Meio Ambiente. No ano passado, nove escolas foram visitadas e receberam a equipe do projeto e este ano outras 12. Comandado por dois professores pós-graduados em Estudos Culturais e Históricos da Diáspora Africana, são promovidas palestras e apresentações culturais sobre o tema.
- Desde maio do ano passado começamos a desenvolver essas ações junto aos professores, orientadores pedagógicos e professores orientadores do ensino fundamental, além de alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O primeiro momento foi apenas de palestras e apresentações, e este ano visitamos as escolas fazendo todo um levantamento do material didático disponível nas unidades, para orientar o professor em seus trabalhos de sala de aula, explicou Guto.
Outro ponto importante abordado pela subsecretária é com relação a idade trabalhada.
- Estamos trabalhando com professores do Ensino Fundamental e no segundo semestre, começamos a trabalhar também com os professores da Educação Infantil. Esses alunos têm uma idade ótima para adquirir tais conceitos e conhecimentos. A criança é livre de preconceito, ela trata sempre o amigo, como amigo, independente de cor, religião. Temos que continuar incentivando e mostrando a ela que é dessa forma que devemos agir a nossa vida toda”, disse o secretário.
Os profissionais do programa estão realizando ainda, uma espécie de consultoria aos professores da rede municipal.
- Todos os professores podem procurar a subsecretaria, ou mesmo a sala do programa que funciona na sede da Secretaria de Educação para tirar dúvida, pedir orientação sobre como trabalhar determinado assunto. A coordenação do programa está montou uma biblioteca sobre toda cultura Afro. Estamos também buscando vídeos sobre o assunto, contou a subsecretária de educação na saúde cultura e esporte Conceição de Maria.