Foto: Ana Chaffin
Estudo levantou que grande parte das áreas ocupadas por lagoas foi invadidas, com dezenas de construções.
Equipe da Secretaria de Obras Públicas da prefeitura de Macaé realizou estudo que constatou que a situação de drenagem natural do bairro Lagomar vem piorando com o passar dos anos. O estudo levantou que grande parte das áreas ocupadas por lagoas foi invadidas, com dezenas de construções. Por conta disso, a prefeitura vai ter que fazer mudanças no projeto de drenagem do bairro.
“A ocupação desordenada e não autorizada dessas áreas vai trazer mudanças no projeto original de drenagem do bairro”, informou o secretário de Obras Públicas, Tadeu Campos que, juntamente com o secretário de Meio Ambiente, Maxwell Vaz, visitou o bairro esta semana. Os dois foram acompanhados pelos engenheiros das secretarias e da Construtura Avenida, empresa vencedora da licitação e responsável pelas obras no bairro, que têm a fiscalização da secretaria de Obras Públicas.
A visita ao bairro e às obras da segunda fase do Projeto Lagomar iniciou com uma reunião dos secretários e engenheiros com equipe da Construtora Avenida, no canteiro de obras da construtora. O grupo discutiu os impasses para a drenagem do bairro causado pelas ocupações irregulares das áreas de lagoa.
Nessa reunião, o secretário Tadeu Campos colocou que a situação de drenagem do Lagomar depende de deságüe nas lagoas existentes no bairro, cujas áreas foram indevidamente invadidas por construções irregulares, obstruindo o caminho natural das águas.
- O Projeto Lagomar demandou estudos de todo o bairro, sendo que o sucesso do cálculo da engenharia foi baseado nesses pontos, onde poderiam desaguar as águas da chuva. Sem isso, a solução seria construir no bairro piscinões artificiais com utilização de bombas para o deságüe pluvial, o que economicamente torna o projeto inviável. Com essa ocupação desordenada, onde 90% das áreas de lagoas foi invadida, cabe à prefeitura notificar esses cidadãos para tomar de volta essa área de lagoas para que o projeto do bairro possa prosseguir, coloca o secretário Tadeu Campos, acrescentando que isso é fundamental para a finalização do Projeto Lagomar, que está em sua segunda fase e cujas obras vão beneficiar de 20 a 30 mil pessoas.
O secretário de Meio Ambiente, Maxwell Vaz, percorrendo o bairro, mostrou sua preocupação com a situação desordenada da área, como na área da Lagoa dos Patos, localizada próximo à rua W18 e à orla marítima, onde em vários locais próximos ás construções, a lagoa “brota”, mostrando que está viva mesmo estando praticamente toda aterrada. O secretário observou grandes áreas cercadas, como se reservadas para construção de condomínios, muitas com grande quantidade de lixo e aterro, obstruindo a passagem natural da água, dezenas de construções irregulares, algumas inclusive no meio da lagoa.
- Vamos notificar os invasores para desocupação das áreas invadidas. Depois disso, se a situação não for resolvida, vamos buscar o Ministério Público para que sejam tomadas as decisões jurídicas. Também vamos revitalizar as lagoas, devolvendo a elas a sua função natural de drenagem desta microbacia, recuperando ecologicamente, com equilíbrio, esse ecossistema. A situação não pode continuar, já que as lagoas são imprescindíveis para a localidade, disse o secretário Maxwuell.
O secretário Tadeu Campos colocou que além da Lagoa dos Patos, o Lagomar conta com outras lagoas, como o Baixio da Grande Rã e outras, todas fundamentais para o deságüe das águas pluviais da região. “Aqui está caracterizado crime ambiental e o município vai buscar apoio dos órgãos ambientais, como Ibama, Inea, e também do Ministério Público para devolver ao bairro suas lagoas livres das ocupações irregulares”, finalizou o secretário Tadeu Campos.