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Realizado pelo quarto ano consecutivo, Encontro de Contadores de histórias reuniu professores e comunidade
Realizado pela Secretaria de Educação, através da Subsecretaria Pedagógica, o IV Encontro dos Contadores de Histórias, realizado na noite desta quarta-feira (27) reuniu cerca de 100 pessoas no Solar dos Melos. O evento seguiu até quase meia-noite, com a presença de professores, profissionais de Educação, pais e crianças de Macaé e de vários municípios da região.
Segundo a coordenadora do Programa de Leitura da Semed, Maria Georgina de Souza, o encontro marcou a troca de experiências entre os profissionais da arte de contar histórias que puderam trocar experiências. “Ficamos muito felizes com a presença grande do público, um sinal de que os contadores se consolidaram após 15 anos de atividades em Macaé”, destaca.
No evento, foram discutidos temas como a importância da tradição oral através da arte de contar histórias, o fortalecimento da identidade cultural através de contos, histórias, causos, entre outros, o incentivo à leitura e o resgate de valores que expressem a diversidade cultural.
A coordenadora de Língua Portuguesa, Tânia Pacheco, apresentou um texto de Claudio de Moura Castro, economista da revista Veja, sobre a importância da arte de contar histórias na educação deste novo milênio, onde a informação é abundante graças a internet, tornando o senso crítico o grande requisito necessário para sobreviver no mundo pós-moderno. O texto destaca Walt Disney e Jesus Cristo como pessoas que conseguiram mudar o mundo por meio de histórias (ou parábolas) e como o livro da série Harry Potter, adotado em muitas escolas para ajudar em ensinos diversos, inclusive física.
Um dos pontos altos do evento foi a apresentação de Adilson Araújo e seu “companheiro”, o boneco Zé Bola ,que contabiliza 15 anos de idade, sempre acompanhando o ator em suas apresentações. A relação entre o artista e o boneco chega a ser emocionante.
- Chegou a um ponto que eu vejo o Zé Bola como uma pessoa. Ele já está velho, encardido, já sofreu várias cirurgias para costurar a garganta e a barriga que rasgaram. Já passou da hora de aposentá-lo, mas eu não consigo. É como se ele tivesse vida, diz o ator.
Uma presença importante no evento foi a de Jason Prado, diretor da Ong Leia Brasil e que foi um dos responsáveis pela criação dos grupos de contadores de história em Macaé e região através do Programa de Leitura da Petrobras, promovendo cursos de contadores de história e mobilizando grupos como o Historiarte em Macaé e o Patranha em Casimiro de Abreu.
- Acho que uma das maiores ferramentas de formação de leitores é o leitor guia, o cara que tira a palavra do vocabulário e empresta emoção. A oralidade é a ferramenta de construção de elementos narrativos. Por isso os contadores de história são tão importantes, ressalta.
As ações do projeto começaram em 1995, através da parceria firmada entre a prefeitura e o programa Leia Brasil, promovido pela Petrobras, onde foi promovido um curso de contador de histórias para os professores da rede municipal. Do curso, nasceu o grupo de contadores de histórias Historiarte. Nestes 15 anos de trabalho efetivo, envolvendo também a comunidade, o grupo Historiarte ganhou de presente muito carinho do público.
A Casa de Contadores de Histórias foi fundada no dia 30 de junho de 2008 e tem como objetivo incentivar e sensibilizar os alunos da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental para o uso da leitura como instrumento de crescimento individual, social, cognitivo e profissional.
Na Casa, todos participam de várias atividades, como oficinas de artes, vivências e experimentações através do imaginário e do “faz-de-conta”, leitura diversificada na pequena biblioteca. Vale ressaltar que a prioridade são as narrativas populares, contos, lendas e "causos", que acontecem no espaço de contação.
Os alunos são conduzidos até a Casa através de ônibus cedidos pela Semed. É feito um agendamento prévio pela coordenação da Casa. A Casa fica situada à Rua do Sacramento, 207 - Imbetiba e está aberta para toda comunidade macaense de segunda a sexta-feira. Em todos os dias letivos, a Casa recebe alunos da rede municipal onde, além de ouvir histórias, participam de outras atividades ligadas à leitura.A recepção, o monitoramento e o atendimento são realizados pelo grupo de professores e contadores de histórias, o Historiarte.