A Praça Veríssimo de Mello recebeu na tarde desta segunda-feira (26) a campanha "16 Dias de Ativismo: uma vida sem violência é um direito das mulheres". Quem passou pelo espaço recebeu panfletos e participou de roda de conversa conduzida por integrantes do Conselho da Mulher e por profissionais e estagiárias do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam).
A programação, que segue até o dia 3 de dezembro, teve como enfoque nesta segunda-feira empoderamento, direitos, Lei Maria da Penha, violência e Centro de Atendimento (ligações 180). A campanha segue nesta quarta-feira (28), às 14h, com cine-debate, exibição do documentário "Os filhos de Maria da Penha" e roda de conversa no auditório Cláudio Ulpiano da Cidade Universitária. No mesmo dia, haverá roda de conversa sobre protagonismo da mulher nas lutas sociais, na Casa dos Conselhos, às 9h.
A coordenadora Geral de Políticas para as Mulheres, Jane Roriz, afirmou que o objetivo é contribuir para o rompimento do ciclo da violência e promover o encorajamento. Ela explicou sobre o funcionamento do Ceam, que atende de segunda a sexta-feira na Rua São João, 33 - Centro, ao lado da 123ª DP.
"Funcionamos com uma rede proteção, sempre preservando o sigilo. Contamos com uma equipe multidisciplinar formada por assistente social, psicólogos e advogados, que realizam acolhimento específico e direcionado conforme a demanda. Dependendo do caso, existem encaminhamentos para unidades de saúde, Delegacia de Polícia, Juizado Criminal, Ministério Público e Defensoria Pública", pontuou Jane Roriz.
O encontro desta segunda-feira foi aprovado pela participante Lindinalva Santos. "Já vi muito sofrimento ao meu redor por conta da violência. Antigamente, não existia a Lei Maria da Penha e via muitas mulheres sofrerem caladas. Hoje temos suporte, ninguém deve ficar quieto, temos que denunciar", disse. Da mesma opinião é Vanessa Souza, que ao receber o panfleto resolveu participar da conversa. "Quanto mais informações tivermos, a proteção será maior. Sonho em ver o fim de toda essa violência", comentou.
Patrulha Maria da Penha funciona com atendimento 24 horas
Representantes que atuam na Patrulha Maria da Penha também fizeram parte da programação. Os guardas Laila Bastos e Uanderson da Silva destacaram o suporte direcionado para as mulheres vítimas de violência. A patrulha Maria da Penha funciona com atendimento 24 horas no telefone 0800 282 2108.
Além do atendimento individual para a mulher que necessita de ajuda, a patrulha também atua com fiscalização de medidas protetivas, com possível prisão em caso de desacato à medida judicial. Quem quiser manter contato com a Lei Maria da Penha também pode ligar para os números 2796-1328 e 99707-2085 (WhatsApp)
Para maior integração, os guardas civis municipais participarão do lançamento da campanha Laço Branco, no dia 3 de dezembro, às 9h. A proposta é mobilizar o efetivo no Dia Nacional da Mobilização dos Homens pelo fim da Violência contra as Mulheres.
Centro de Atendimento à Mulher registra quatro mil atendimentos
Este ano, o Ceam registrou cerca de quatro mil atendimentos. Segundo Jane Roriz, as situações não são apenas de violência física, mas psicológica e moral. "Estamos atentos a todos os casos, segundo estatísticas, no país, a cada duas horas uma mulher é vítima de feminicídio", relata a coordenadora.
Dependendo de casos em que a vítima de violência não pode retornar à moradia, o estado conta com quatro casas abrigo, três na região e uma na capital, em endereços que preservam a segurança. Por meio de parceria entre o Ceam, Polícia Militar e o Núcleo de Atendimento à Mulher (Nuam) é realizado monitoramento dos casos, promovendo a efetividade da Lei Maria da Penha. Mais informações pelo número 2796-1045.
Nesta quinta-feira (29) haverá divulgação da campanha no Fórum de Macaé (parceria Defensoria Pública e UFF Direito - Campus Macaé), das 10h às 17h. No dia 3 de dezembro será promovida roda de conversa "Grupo Reflexivo com os Homens" com o Mestre em Psicologia Social pela UERJ, Flávio Guilhon, no Ceam, às 10h30.
