RIO - O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou nesta terça-feira (6) que as condições ambientais e a capacidade de expansão do Norte Fluminense são vantagens na decisão da empresa quanto à localização do pólo-petroquímico e da refinaria no estado do Rio. Em contrapartida, Gabrielli lembrou que o distrito de Guriri, em Campos, local indicado por estudos como sendo o ideal no Norte Fluminense, possui empecilhos, como poucas instalações portuárias e carência de recursos hídricos.
As declarações foram feitas durante reunião com prefeitos da Ompetro, na sede da Petrobras, no Centro do Rio.
Diante da explicação do presidente da Petrobras, o prefeito Riverton Mussi afirmou que os problemas da falta de porto e de recursos hídricos podem ser eqüalizados através de união de esforços de todos os prefeitos da região. “Macaé pode oferecer infra-estrutura de apoio à instalação do complexo petroquímico, como um centro de qualificação de mão-de-obra, como o Complexo Universitário, que já estamos construindo”, comentou.
Riverton também lembrou que já está sendo iniciado estudo para Macaé abrigar um novo porto, para atender à demanda da cidade e da região. “O porto de Macaé pode ser uma linha auxiliar à logística do pólo petroquímico no Norte fluminense, assim como o porto de minério de ferro, que poderá ser construído em São João da Barra”, disse o prefeito, que colocou o município à disposição para atender à refinaria. “Macaé pode ser parceira do projeto, oferecendo todas as condições possíveis. Estamos aqui para ajudar. Temos que nos unir para que o Norte Fluminense seja escolhido”, afirmou.
Sobre a questão dos recursos hídricos, a prefeitura de Campos, representada pelo secretário extraordinário para a Implantação do Pólo Petroquímico, Luiz Mário Concebida, se comprometeu a estudar uma forma de oferecer os recursos hídricos necessários, aproveitando o Rio Paraíba do Sul e outras fontes alternativas de água da região. O presidente da Petrobras disse que vai usar as informações dos prefeitos para alimentar a decisão final da empresa. Também presente na reunião, o deputado federal Jorge Bittar afirmou que vai tentar marcar uma audiência dos prefeitos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o assunto.
O prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto Balthazar, disse que pretende reunir os prefeitos com a governadora Rosinha Matheus para cobrar uma contribuição efetiva do estado para a implantação da refinaria. O presidente da Ompetro, Paulo Dames, afirmou que a refinaria traria para o Norte Fluminense equilíbrio econômico no futuro, quando o petróleo acabar. “Não queremos deixar nossa região se transformar em mais uma serra pelada”, disse a prefeita de São João da Barra, Carla Machado. Também participaram da reunião os prefeitos de Carapebus, Rubem Vicente, Quissamã, Armando Carneiro, Conceição de Macabu, Cláudio Linhares, e o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
