O Brasil é o maior país de população negra fora do continente africano, com quase 50 % de afro descendentes na sua população. São desenvolvidos aqui projetos e programas em parceria com movimentos internacionais, a fim de resgatar a história e a dignidade destes brasileiros, que vivem sem emprego, educação, respeito cultural, capacitação e saúde plena. Segundo a presidente da Fundação Macaé de Cultura, Ivana Mussi, para colaborar com a melhoria de qualidade de vida desta camada social, estão sendo desenvolvidas ações que afirmem a identidade e o importante papel do negro brasileiro.
Em Macaé, existe a Coordenadoria de Cultura Afro-Brasileira (Corafro) desde outubro de 2003. Seu objetivo é proporcionar estrutura política para direcionar os afro descendentes de Macaé, visando difundir a cultura afro-brasileira e colaborar na instauração de melhorias para este setor social.
“De acordo com o Termo de Cooperação Técnica e Termo de Adesão de Política de Promoção de Igualdade Racial, assinado pelo prefeito Riverton Mussi, a Corafro desenvolve e planeja projetos de apoio às iniciativas nascidas no interior das comunidades para integrá-las às políticas sociais implementadas pela Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, do governo federal, sob a gestão da ministra Matilde Ribeiro”, conta Ivana.
A Corafro é uma iniciativa da Prefeitura Municipal, gerida pela Fundação Macaé de Cultura, tendo consolidado sua existência a partir da Semana de Cultura Afro-Brasileira, realizada em Macaé nos meses de outubro e novembro de 2003. Neste evento a população pôde observar vários aspectos da cultura negra na música, dança, artes plásticas e religião.
“Queremos que a Corafro desenvolva projetos que resgatem e valorizem a população afro descendente do município, auxiliando a sociedade na eliminação da discriminação racial, na diversidade religiosa, de gêneros e na luta pela aplicação dos direitos civis e constitucionais no seu processo de cidadania”, explica a presidente da Fundação Macaé de Cultura.
Ela cita como metas o resgate e o apoio às manifestações culturais de origem afro-brasileiras, desenvolvidas no município, como o bloco T’Ogum Laxe. Além disso, ela quer organizar e manter registros, incentivando a formação de dados e o intercâmbio de manifestações afro-culturais desenvolvidas em Macaé e no Brasil. “Devemos apoiar, organizar eventos públicos, campanhas, palestras e debates sobre as ações afirmativas de promoção das políticas de igualdade racial, diz .
Ela acrescenta que também é necessário oferecer cursos (em parcerias com órgãos públicos, privados e Ongs) voltados para a capacitação profissional e geração de rendas para a maior participação econômica e social deste segmento da população.
Como exemplo de ações práticas da Corafro, ela citou que com o Programa Macaé Cidadão foram obtidas estatísticas que colaboraram para o diagnóstico da população a ser beneficiada pela Coordenadoria. Isto possibilitou a execução de várias oficinas e planejamento de ações futuras nas comunidades periféricas de Macaé.
“Também planejamos junto com a secretaria municipal de Educação a execução de projetos relacionados à lei 10.639, que instituiu o ensino da História e da Cultura Afro-Brasileiras nas escolas”, conclui Ivana.