Foto: Kaná Manhães
As comemorações foram para os aniversariantes dos meses de abril, maio e junho
O valor de cada pessoa começa com a sua própria identidade. Esta é uma das missões vividas no dia a dia pelo Programa de Erradicação Infantil (Peti) na Prefeitura de Macaé. Cumprindo à risca a jornada ampliada com as atividades socioeducativas, formando a criança e adolescente para a vida a partir da autoestima, a equipe do Peti, no bairro Fronteira, vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), presenteou os aniversariantes com uma festa nesta quarta-feira (2).
A comemoração foi completa com bolo de chocolate, pipoca, pirulitos e bolas verde e amarela em alusão à Copa do Mundo. Uma lista afixada no painel atrás da mesa decorada continha o nome dos 19 aniversariantes. Foram realizadas duas festas: uma de manhã e outra à tarde, para que as crianças dos dois turnos pudessem participar sem atrapalhar o horário das aulas na escola da rede regular de ensino.
O orientador pedagógico, Douglas Fontes, que recepcionou as crianças na festa junto com as professoras Verônica da Conceição e Linda Menezes, e a monitora Dulcimar Pereira de Oliveira, disse que a iniciativa é de toda a equipe do Peti Fronteira.
As comemorações foram para os aniversariantes dos meses de abril, maio e junho, crianças como Adrielly Cristina Diniz, que fará nove anos no próximo dia 19, e Yan Almeida dos Santos, que fará 13, dia 27.
- Hum, está uma delícia este bolo de chocolate com brigadeiro, disse Adrielly, ao lado dos amiguinhos no turno da manhã.
A festa começou com uma oração, quando todos, de mãos dadas, agradeceram à Deus por mais um ano de vida e pela vida dos amiguinhos. Em seguida, cantaram os parabéns. Em volta da mesa decorada, trocaram abraços e, como o grupo é grande, puxaram só um coro com a brincadeira do “com quem será?”
Um dos momentos que as crianças mais gostaram foi quando posaram para as fotografias nas lentes do fotógrafo da subsecretaria de Comunicação Social, Kaná Manhães. Meninas ajeitaram o cabelo, enquanto meninos corriam para a frente da câmera.
- Esse gesto de afeto e carinho é importante para a socialização dessas crianças. O que nos surpreendeu certa vez no trabalho no Peti é que um dos jovens, numa dessas festas de aniversário que preparamos, insistiu que não era o seu aniversário porque já havia passado e a família dele não lembrou. Isso não pode acontecer. Foi um episódio que sensibilizou todos da equipe e nunca deixamos os aniversários passarem sem uma confraternização, destacou Douglas Fontes.
Além da coordenadora, Viviane Menezes, e do orientador pedagógico, Douglas Fontes, a equipe do Peti-Fronteira é composta pela assistente social Verônica Klein, a psicóloga Cristine Maia e 12 monitores.
Trajetória – O Peti funciona em Macaé há cinco anos, em parceria da prefeitura com os governos estadual e federal. Visa erradicar todas as formas de trabalho de crianças e adolescentes menores de 16 anos e garantir que freqüentem a escola e atividades sócioeducativas. Cada família recebe bolsa mensal por criança assistida.
Os trabalhos acontecem de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, nos dois turnos, manhã e tarde, com período complementar ao do ensino regular. É a jornada ampliada que trabalha com as seguintes atividades: culinária, arte, cidadania, meio ambiente, educação física, recreação e capoeria. O Peti-Fronteira está localizado à praça do bairro e o telefone é (22) 2763.0152.
Conheça o Peti
O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) funciona como transferência de renda às famílias com situação de trabalho infantil e oferta do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos às crianças e adolescentes retiradas do trabalho.
Faz parte do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), do governo federal, que articula um conjunto de ações, visando retirar crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos da prática do trabalho precoce, exceto na condição de aprendiz a partir de 14 anos.
Objetivos
• Reconhecimento da criança e do adolescente como sujeito de direito e pessoa em condição peculiar de desenvolvimento;
• Centralidade na família;
• Proteção da criança e do adolescente de todas as formas de exploração do trabalho;
• Contribuição para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, oportunizando o acesso à escola formal, saúde, alimentação, esporte, lazer, cultura, profissionalização, bem como à convivência familiar e comunitária;
• Mobilização e sensibilização quanto à exploração do trabalho infantil;
• Garantia de espaços de participação e controle social da sociedade civil no enfrentamento do trabalho infantil;
• Oferta do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do Peti, conforme previsto na Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, a todas as crianças e adolescentes retirados da situação de trabalho. O Peti compõe o Sistema Único de Assistência Social (Suas).
Curso de salgados para as mães do Peti
As donas de casa que têm filhos atendidos no Peti Fronteira estão tendo a oportunidade de aprender uma profissão e aumentar a renda da família graças aos cursos que são oferecidos na unidade em um trabalho integrado entre as secretarias municipais de Políticas para as Mulheres e a de Assistência Social.
Depois do sucesso do curso de confecção de ovos de chocolate no período da Páscoa, para citar somente um exemplo, agora as mulheres, moradoras no bairro Fronteira, estão aprendendo a fazer todos os tipos de salgados. Nesta quarta-feira (2) as aulas são de salgados fritos.
- O objetivo com esses cursos é promover a geração de renda das mulheres mães do Peti, ou seja, aquelas que têm filhos atendidos no programa e, consequentemente, a família também é assistida. Esses cursos são dedicados às chefes de família que têm filhos pequenos e não podem trabalhar fora. Aqui elas aprendem uma profissão e, com o dinheiro que conseguem com as vendas dos produtos que aprendem a fabricar, sustentam a família, explicou a coordenadora do Peti Fronteira, Viviane Menezes.
As aulas de culinária são ministradas pela culinarista e instrutora Eutália Maria Fabiano de Oliveira, que ensina receitas simples, com ingredientes fáceis de serem encontrados e com preços que cabem no bolso de qualquer pessoa. Os recheios e formatos são variados e enchem a boca só de olhar. Eutália é culinarista há 22 anos e leva para os cursos as receitas que mais gosta de preparar e o resultado do trabalho é sempre positivo junto à comunidade.