Crianças do Peti Fronteira comemoram Dia da Consciência Negra

19/11/2010 15:55:35 - Jornalista: Elis Regina Nuffer

Arroz doce, mostra de máscaras e bijuterias africanas, apresentação de maculelê e até roda de capoeira ecológica imitando os movimentos dos animais. Não faltou nada na comemoração antecipada do Dia da Consciência Negra, realizada nesta sexta-feira (19), pelas 100 crianças, de 7 a 14 anos, assistidas no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), do Bairro Fronteira, em Macaé.

O coordenador da unidade, o orientador pedagógico Douglas Fontes, disse que a data, comemorada nacionalmente neste sábado, 20 de novembro, foi mais do que um evento - foi um motivo para as crianças do Peti aprenderem a valorizar a cultura afro-brasileira e a contribuição dos africanos nos aspectos sociais, políticos, gastronômicos e religiosos.

Ele destacou também que a comemoração foi feita com mostras e apresentações diversas da cultura africana porque os alunos aprendem melhor quando eles próprios confeccionam e falam sobre os materiais dos temas abordados, que é uma das formas de trabalho do Peti.

- No final, as crianças discutiram juntas que todos somos iguais, independente da cor da pele. Essa foi a mensagem que ficou e que é importante nas relações sociais e para melhorar a sociedade como um todo. Precisamos nos respeitar enquanto seres humanos, isto é o que vale, avaliou Douglas.

Segundo ainda ele, a comemoração foi antecipada no Peti Fronteira porque o dia este ano cairá num sábado, quando não há atividade na unidade. A comemoração aconteceu nos dois turnos – manhã e tarde – para que todas as crianças pudessem participar, como acontece com as demais tarefas realizadas pelo programa. De manhã, o evento começou às 8h e foi até 11h30 e, à tarde, das 13h às 17h.

O Peti Fronteira está localizado à Praça dos Servidores e o telefone é (22) 2763.0152.

Um pouco de história

A Lei n° 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar e tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. O dia 20 de novembro é feriado nacional
porque nesta data, em 1695, morreu Zumbi dos Palmares, nascido em Alagoas, em 1655, líder do Quilombo dos Palmares, comunidade formada por escravos fugitivos das fazendas e que representou a luta dos negros pelo fim da escravidão, no Brasil Colônia. Zumbi queria manter a cultura africana no país e lutou até a morte pela liberdade dos negros, porém, não viu a Abolição da Escravatura que só aconteceu oficialmente em 1888.

Zumbi foi degolado pelas tropas do bandeirante Domingos Jorge Velho que, em 1694, atacou o Quilombo dos Palmares, após a intensa Batalha do Macaco, quando Zumbi foi ferido. Ele conseguiu fugir, mas acabou traído por um antigo companheiro e entregue ao bandeirante. O corpo dele foi exibido em praça pública para provocar o medo entre os escravos e impedir novas revoltas e fugas.