Foto: Maurício Porão
Método natural de cura, o chamado fitoterápico, previne e trata sintomas
Erva doce, capim limão, cidreira, hortelã e boldo do chile são algumas ervas que podem ser usadas para tratar ansiedade, estresse, hipertensão, entre outros sintomas. A informação vem da equipe da unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF) do bairro Campo d' Oeste, em Macaé. O trabalho já ganhou a adesão dos pacientes que, inclusive, contribuem com o cultivo das plantas medicinais.
A iniciativa dos médicos Andrea Gonçalves e Henrique Pazzini se transformou no projeto "Que Mato é Esse?" e já fez a diferença na vida de algumas pessoas. "A nossa meta é cuidar da comunidade e não só do indivíduo e, ainda, difundir o conhecimento popular acerca do uso medicinal das plantas no processo de cuidado, prevenção e tratamento de diversos problemas de saúde, no contexto da redução de danos", frisou.
O motorista Sandro Luiz Grijó, que está desempregado, utiliza os chás de erva doce e cidreira para o controle da ansiedade. "Com orientação médica, substitui as medicações pelas plantas e estou me sentindo muito melhor. Além do custo alto dos remédios, com as ervas, o resultado para o corpo e a mente é muito melhor", relatou.
O projeto também ganhou a parceria do Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (Criaad). Devido à falta de espaço na unidade de saúde, o projeto foi apresentado à direção do órgão como uma proposta educacional e pedagógica a ser desenvolvida pelos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas.
O diretor do Criaad, Marcelo Maurício dos Santos, explicou que a proposta é a produção de forma laboral e educacional das plantas medicinais. "Hoje temos 550 mudas para fazer o plantio. Além das ervas temos ainda alface, mostarda, alface roxa e a ideia é a criação futura de viveiros de mudas. Para fazer a horta, contamos com a parceria com a prefeitura, que cedeu um agrônomo para corrigir o solo. A prefeitura também irá colaborar para a limpeza da área e o plantio será feito em breve", informou.
De acordo com a médica de família, Andrea Gonçalves, a cada 15 dias são realizadas as oficinas e desta forma os usuários aprendem novas formas de cuidado através da atividade física e a alimentação saudável. A cada encontro é levada uma ou duas mudas para debate e conhecimento de sua história, indicação, formulação, uso e cuidado. "Verificamos que hoje, as pessoas não sabem lidar com o 'sofrimento' e buscam nos medicamentos a fórmula para resolver seus problemas", frisou.
A agente comunitária, Rossana Feliciano, acrescenta que a participação da comunidade é fundamental para o desenvolvimento do projeto. "O plantio e o cuidado das ervas que temos aqui é feito em conjunto, pela equipe do posto e a comunidade local. Como o espaço é pequeno, uma das usuárias deu a ideia da criação de uma horta vertical", disse. No pequeno canteiro da unidade é possível encontrar couve, mostarda, cebolinha, manjericão, almeirão, boldo do chile, alfavaca e beterraba.